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The Life Ahead (2020) – Crítica

Momo. Use your words. Language is the greatest weapon. There’s no need to stick a pencil in someone’s throat.

– Hamil

O filme conta a história  de uma sobrevivente do holocausto a quem chamam Madame Rosa (Sophia Loren) que vive na costa italiana e recebe em casa um rapaz chamado Momo (Ibrahima Gueye) , um sem abrigo, de 12 anos que no passado a roubou nas ruas.

Como filme, esta história resulta em várias vertentes, sendo o pilar de tudo é claro a relação entre Rosa e Momo e os dois atores são muito competentes na sua atuação. O filme acaba por lidar com o tema de existir a necessidade de se colocar no lugar do outro e entender o passado do outro para até duas pessoas de gerações e faixas etárias totalmente diferentes conseguirem “encontrar-se”. O ator Ibrahima Gueye de tenra idade surpreendeu-me com a sua capacidade e diversidade interpretativa que ganha ainda mais valor quando sabemos não ter uma vasta experiência no mundo da representação. A icónica e sempre sofisticada Sophia Loren regressa aqui ao cinema italiano, naquele que é o seu terceiro filme sob a direção de Edoardo Ponti, o filho da atriz, e o realizador está também de parabéns por uma peça competente e emocional com alguma falta de substância em algumas partes, mas que ainda assim recomendo, principalmente pela mensagem de compreensão mútua e de amizade.

* CUIDADO COM SPOILERS *

Falando mais concretamente agora da história como um todo, algo que desde o inicio me chamou a atenção foi a semelhança desta história com duas outras que vi e que adorei, curiosamente as duas faladas em português, refiro-me a “Estação Central” de 1998, um filme brasileiro com o ícone brasileiro Fernanda Montenegro e também “Os Gatos Não Tem Vertigens” de 2014, um filme português com o ícone português Maria do Céu Guerra, tendo visto estes dois filmes é impossível não comparar e de certa forma até desvalorizar o filme, porque em certas alturas parece um autêntico remake deste filme, vejamos : Uma senhora já de idade, recebe um rapaz jovem sem qualquer perspetiva de futuro, considerado delinquente e os dois acabam por desenvolver uma forte amizade contra todas as expectativas, para além destas semelhanças, as atrizes são sempre icónicas no país respetivo.

Tentando colocar isso de lado o twist aqui que difere esta história dessas outras duas que falei é o passado muito pesado que Madame Rosa tem, tendo sido vítima do holocausto, um facto que não é conhecido por Momo no inicio. Momo foi uma personagem muito bem conseguida, pela forma como usa as ilegalidades para um bem individual e sem querer magoar ninguém, sendo aquele clássico “menino com cara de mau mas coração bom”, as cenas mais libertadoras do filme são aquelas em que Momo está com os seus auscultadores e genuinamente alegre, enquanto diz “Não me preocupo em ser feliz, se for ainda bem, se não, não há problema” , que achei ser uma filosofia de vida muito interessante. Outras personagens de relevo são Lola e Hamil que fazem um ótimo trabalho em servir de compasso emocional tanto para Rosa como para Momo em vertentes diferentes.

A banda sonora e cinematografia do filme são duas coisas que também podemos destacar, em certas cenas específicas a costa italiana é representada de uma forma belíssima e as paisagens são usadas, também, como aconchegos para as duas personagens principais. A música é muito bem trabalhada aqui, sendo elemento fundamental para várias cenas e destaco aqui, a música original “Io sí” (Seen) , que foi nomeada para o Óscar de Melhor Música Original e com boa razão para tal.

O final do filme é bastante previsível a meu ver, mas ao mesmo tempo não escolheria outro,.

Acho que o filme é competente e sólido como já referi, mas que falta aquele “algo mais” para o distinguir de outros e torná-lo um excelente filme, talvez se não tivesse visto os dois filmes que mencionei anteriormente a minha experiência teria sido completamente diferente, mas não posso “não ver” o que já vi. E sendo assim, é o que é.

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