+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

The Bold Type

Nova Iorque, três amigas solteiras, oufits incríveis e sapatos de babar…tem tudo para ser mais uma série pipoca como tantas outras, cheia de clichés e pautada pela procura do amor verdadeiro, só que não! The Bold Type é muito mais que o estereótipo de “série feminina” sob o qual se apresenta.

Quem passou a adolescência a devorar Sex and The City, Devil Wears Prada ou Gossip Girl, como eu, tem certamente um carinho especial por séries com mulheres como protagonistas e que abordam a amizade, a carreira e, obviamente, o amor. No entanto, em muitas dessas séries, debater tudo isso passa por criar pequenas intrigas, maldades e pela busca incessante do homem perfeito. Não me interprete mal, adoro o tema! Mas talvez pelo foco desajustado ser quase sempre o mesmo, é que senti que esta série iria ser mais uma entre muitas outras e demorei semanas a dar-lhe uma oportunidade. Mas ainda bem que o fiz! 

The Bold Type estreou nos Estados Unidos em 2017, mas só em Maio de 2021 é que chegou à Netflix e a Portugal. Deste então, é um sucesso que está por semanas consecutivas nos primeiros lugares do ranking das séries mais vistas. 

O palco central de toda a história é a revista Scarlet, uma revista feminina, liderada por Jacqueline Carlyle (Melora Hardin), a mítica editora-chefe à frente da publicação há mais de 10 anos, cuja caracterização nos remete para Miranda Priestly, de Devil Wears Prada, no entanto, as diferenças entre as personagens não poderiam ser maiores.
É na Scarlet Magazine que Jane (Katie Stevens) concilia o trabalho de sonho com a procura da sua voz e do seu estilo enquanto escritora; Sutton (Meghann Fahy), por sua vez, luta por quebrar barreiras e preconceitos sobre o amor e a carreira no mundo da moda, e Kat (Aisha Dee) equilibra a responsabilidade enquanto diretora de Social Media da revista, na procura de definição da sua própria sexualidade.

The Bold Type apresenta-nos o dia a dia destas três jovens mulheres e desafia a ideia do “onde estão duas, não podem estar três”, que imortaliza e perpétua a rivalidade entre mulheres. Mostra-nos que sim, podem e devem estar. Três ou mais, mesmo na redação de uma revista feminina. 

São inúmeros os momentos em que as personagens da série, nos dão lições incríveis de sororidade e amizade, como quando se debate body positivity ou se fala de assédio sexual no local de trabalho, por exemplo. Os dilemas de Kat e a sua procura pela definição de identidade racial e sexual, faz-nos ver a angústia por trás de todo esse processo, mesmo longe da marginalizarão e dos pontos de vista habituais. O “não, é não” e o artigo sobre “Jeff” que nos apresenta o outro lado da história e a dificuldade de, mesmo as mulheres fortes, por vezes, terem dificuldade em afirmar um “não”. 

A série e as personagens desvendam, com uma leveza totalmente nova e refrescante, outros pontos de vista sob as mais diversas problemáticas da atualidade. Temas que estão na ordem do dia, são desconstruídos e apresentados sob um novo olhar, com humor, flexibilidade e empatia. Promovendo a reflexão e fazendo com que nos coloquemos na posição do outro, experimentando novas perspectivas e afirmando sem rodeios, que entre o preto e o branco, há um sem fim de tons cinza. 

The Bold Type é uma lufada de ar fresco dentro do género. Cheia de histórias que fortalecem o universo da mulher e que ajudam a quebrar estereótipos, cujas personagens principais representam e refletem a mulher atual em todas as suas multiplicidades. Uma série em que as mulheres desempenham o papel principal das suas vidas, com poder e sem a necessidade de se diminuírem, em que o amor e a carreira não se anulam, mas sim completam-se, e em que os homens apoiam e são parceiros, sem receios e cheios de uma confiança sexy.

”Numa revista feminina em Nova Iorque, três jovens mulheres conciliam as carreiras com o romance, a amizade, e a vida na grande cidade, enquanto tentam descobrir as suas próprias vozes”, assim é resumida pela Netflix. E é isso. Mas é tão, tão mais que isso.

As quatro temporadas de The Bold Type estão disponíveis na Netflix Portugal, a quinta e última temporada será brevemente transmitida nos EUA, no entanto, ainda não há data de lançamento para Portugal. 

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico
Share this article
Shareable URL
Prev Post

Amizades de vida…

Next Post

Otimismo utópico

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

Black Mirror

A série da Netflix “Black Mirror” é um exemplo supremo de fantasia televisiva contemporânea. É difícil pensar…

One day at a time

Recentemente comecei a ver mais séries com actores latinos/a representar famílias latinas. Após ver Jane the…