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Tenet (2020) – Crítica

I’ll see you in the beginning, friend.

– Neil

Este filme conta a história de um homem (John David Washington) que é recrutado para embarcar numa missão que pretende evitar a 3ª Guerra Mundial, numa jornada que vai desafiar as noções de tempo e espaço.

Não seria um filme de Christopher Nolan se não existisse complexidade e uma manipulação do tempo como poucos gostam de fazer e como poucos sabem fazer. Falando de uma forma geral, gostei do filme, apesar de achar que a primeira parte foi um pouco convoluta, mas vai melhorando à medida que as 2h30 vão passando. A direção de Nolan e a fotografia de Hoyte Van Hoytema é imaculada e algo que deve ser bastante aplaudido senão mesmo galardoado. As cenas de ação são brilhantemente dirigidas e dão um senso de virilidade a toda a história, havendo sempre vários detalhes com duplos significados. Existem ainda leves toques de humor que vão estando presentes na personagem principal que ajudam a balancear o tom do filme.

No que toca a aspectos menos positivos, acho que as personagens em si não são assim tão interessantes, embora bem interpretadas, e não estão tão bem desenvolvidas como eu gostaria. Para além disso, tendo visto o filme apenas uma vez, algumas partes da história não ficaram muito claras para mim. Ainda assim, gostei do filme e é um que provavelmente irei rever. O que é quase uma obrigatoriedade, quando falamos de Nolan.

*CUIDADO COM SPOILERS*

O filme conta-nos a história de um “protagonista” sem nome que é escolhido para uma missão sem ele próprio perceber bem porquê. O grande apelo publicitário do filme é a “inversão”, como lhe chamam no filme, que se trata, no fundo, de haver uma linha temporal em que as personagens estão a caminhar do passado para o futuro e outra em que as personagens estão a caminhar do futuro em direção ao passado, havendo certas regras que necessitam sempre de ser obedecidas.

Esta parte da premissa é interessante ainda que complexa em vários momentos do filme. No entanto e embora seja “a marca” do filme, a maior parte do tempo da história não lida com isto e foi aí que o filme sofreu, uma vez que acaba por ser uma história sobre um homem que tem uma missão de espionagem e que acaba por deixar que o seu sentimento por uma mulher mude todas as suas prioridades. A inversão do tempo é apenas uma parte muito reduzida de todo o tempo da história.

Como disse, a personagem do “Protagonista” não é especialmente interessante para mim e parte disto tem a ver com a forma como é escrita. Ele não parece ter um grande propósito pessoal, quando vai para a sua missão, e depois, quando conhece a mulher em questão, parece que “salvar o mundo” passa para segundo plano e o importante passa a ser “salvar aquela mulher”. E a química criada pelos dois não é assim tão bem conseguida na minha humilde opinião. Por seu lado, Robert Pattinson é competente como Neil e acaba por ser uma das chaves de toda a história e dos twists finais, embora a sua personagem também não seja assim tão interessante quanto isso.

Li, entretanto, um comentário que dava a ideia deste filme acontecer sem qualquer diálogo e acho que teria sido bastante interessante de explorar, porque é um filme que para de vez em quando para tentar explicar ao público (através das personagens) o que se está a passar. Contudo, estes momentos de explicação não resultam muito bem, porque as explicações em si são bastante complexas.

Tendo dito tudo isto, acho que o final vence com muitas cenas de pura adrenalina e tensão e (repito) uma cinematografia e direção brilhantes, do melhor que vi nos últimos anos em cinema. Reparar também que o uso de cores indica em que linha temporal estamos a ver (azul para quando vemos do futuro para o passado e vermelho quando vemos do passado para o futuro). Também de notar que existem equipas que são montadas com 10 pessoas para ir ao passado e 10 pessoas para ir para o futuro, o que, se juntarmos numa “inversão” em inglês, forma a palavra “TENET”. São esses pequenos detalhes e muitos outros que fazem com que este filme deva ser revisto e um que acho que vou gostar ainda mais depois de ver várias vezes.

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