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Taxi Driver

A noite, uma noite profunda e imbuída de significados, sempre a escuridão que encobre as tristezas e as transforma em falsa alegria. O véu que tapa os passados que se querem esquecer, o tule que se sujou de vivências e traumas profundos.

Travis sofre de um determinado distúrbio e conduz um táxi durante a noite. É quando todos os gatos são pardos e tudo tem uma certa magia que ainda funciona. Engates, promessas e convites, há de tudo para que a verdade seja esquecida e se entre num mundo de completa fantasia. Tudo menos a realidade.

Durante o dia, existe a política e a campanha eleitoral em curso. Fica fascinado com uma mulher loira que trabalha numa campanha de apoio a um candidato. A sua persistência redunda em aceitação. Leva-a ao cinema, mas a sua falta de jeito e inexperiência faz com que esse encontro seja um fracasso. Do choque à persistência é um caminho curto.

Em casa, o delírio acentua-se. Corta o cabelo e ensaia poses que lhe poderão ser úteis no futuro. Armas. Os brinquedos preferidos de muitos. A menina dos olhos dos americanos: o cidadão armado que faz justiça pelas suas próprias mãos. Treina e entra num mundo paralelo repleto de ilusão e fantasia. Para ele só havia uma crua e nua realidade, aquela.

Conhece uma menina prostituta e o seu chulo. Emociona-se com a miséria psicológica em que vive, numa total e completa alienação. Quer repor a verdade e limpar o mundo da desgastante e terrível corrupção. Engendra um plano que se quer triunfal. Os valores foram-se como se se tivessem vestido de vapores e se perdessem nos céus inexistentes.

Numa noite, como qualquer outra, a morte chega sem aviso e a limpeza esperada é conseguida. Travis mata os corruptos, os que estão a barrar o futuro dos jovens e os que os oprimem. Entra numa espiral de loucura, mas a purificação está feita. O plano afinal resultou.

Iris, a jovem prostituta, é devolvida aos pais e tenta fazer uma vida normal, como qualquer outra adolescente. Ele é internado e a sua recuperação é lenta, mas proveitosa. Não há presa para regressar ao que ainda terá que ser moldado. O ritmo da vida é seguir, com a calma que necessita e que leva a bom porto.

No final, estamos de dia e Travis conduz o táxi. A mulher loira, que sempre o rejeitou, aproxima-se dele. Agora é ele que a ignora. Uma metáfora da vida dos nossos dias, uma esperança num futuro mais luminoso, um apelo às origens da boa vontade. Ele sorri e o olhar dela é mais enigmático que todo o filme.

De realçar as excelentes prestações destes atores que nos têm proporcionado horas de enorme prazer: Robert de Niro, com a sua célebre frase “Are you talking…?”, Jodie Foster, Cybill Shepperd, Harvey Keitel, Albert Brooks e Peter Boyle, entre outros. A arte da realização é de Martin Scorsese, que também faz um pequeno papel. Qual a diferença entre noite e dia? E a vida afinal o que é?

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