Estou no meio de uma estrada… não consigo vislumbrar o seu fim mas pouco preocupada me sinto. Sei para onde quero ir e o que quero fazer. Sei, também, que para o conseguir é imprescindível saber gerir as expectativas que vou criando.
Começo a relembrar o turbilhão de emoções que me invade sempre que saio da minha zona de conforto e parto em busca da concretização de algo.
Inicio a minha caminhada, primeiro a passo lento depois mais acelerado. O percurso é tumultuoso mas não deixa por isso de ser igualmente fascinante. Estou alerta, atenta a tudo o que está à minha volta. Sou movida pelo que vou vivendo aliado ao carinho que recebo de todos aqueles que caminham ao meu lado.
Há qualquer coisa em mim que me faz querer ser alguém e, rapidamente, sou invadida por uma energia que me faz querer chegar mais longe. Na vida, neste caminho que percorro. Deixo-me ir, persisto, falho mas continuo. Não chega! De repente apercebo-me que não fui talhada para percorrer o caminho que escolhi. Tento 1, 2, 3 vezes mas há uma força que me impede de continuar. É nesse momento que acordo. Era apenas um sonho…?
Já acordada, o desespero desaparece para dar lugar a uns minutos em que me permito uma pequena paragem. Num mundo que gira tão rápido é cada vez mais difícil parar e perceber o que nos está a acontecer. Não falo só do que acontece à nossa volta mas principalmente do que se passa e muda dentro de nós.
Reflicto sobre o sonho que acabo de experienciar… um sonho sobre outros tantos que tenho e terei. Muitos deles não passarão disso mesmo, outros ensinar-me-ão a saber partir numa descoberta interior que pode culminar num momento rico de auto-conhecimento. Porque é falhando e de falha em falha que se abre uma janela para um universo que tem tanto de complexo como de extraordinariamente revelador. Um universo que nos permite descobrir outras valências que afinal temos, novos talentos que possuímos e que, de outra forma, jamais descobriríamos.
Quando, por motivos cuja razão foge ao nosso alcance, a vida nos segreda ao ouvido que não é por ali que devemos ir, está nas nossas mãos interpretar essas dicas da melhor forma, com a noção de que não temos apenas um sonho, temos infindáveis. Não concretizamos um, mas certamente iremos aprender a alcançar outros, desta feita já dotados com mecanismos de defesa que nos serão imprescindíveis no futuro.
Por isso continuemos. Persistamos até conseguirmos encontrar o nosso caminho, mesmo que para isso tenhamos que cair várias vezes. Cabe a cada um levantar-se e perceber que o melhor pode estar mesmo ao virar da próxima esquina… porque e citando parte de uma música que tanto gosto “there is a way to catch your dreams without falling asleep.”