Começo hoje o artigo com uma questão:
Em pleno século XXI, seremos realmente belos?
Claro que não podemos ficar somente com a minha opinião sobre séries e filmes.
Óbvio que quando toca a temas polémicos já se começa a adivinhar que sou eu quem vai opinar.
Pois bem, o desafio que me deixaram para o artigo de hoje foi este. Na era em que existem as redes sociais e em que (quase) toda a gente gosta de receber “likes” pelas publicações e pelas fotografias seremos realmente belos?
Vivemos na era do Photoshop, em que tudo, ou quase tudo é manipulado e são criadas figuras muito realistas que navegam na net, enganando quem as vê ,como é o nosso tipo de beleza? Será que as pessoas mais bonitas do mundo podem não ser humanas, mas sim digitais?
Acredito que sejam humanas, mas não mostram a sua realidade.
Vou usar como exemplo as câmaras dos telemóveis (não vou mencionar marcas, pois não tenho qualquer patrocínio para isso).
Temos a marca X e a marca Y. Quando ao tirar fotografias com a marca X ao ver a minha fotografia ou selfie eu não tenho rugas nem marcas faciais, mas quando utilizo a marca Y já vejo a minha realidade.
Há muitas pessoas que sentem vergonha de passar o seu verdadeiro “eu” para o mundo exterior, enganando quem vê e enganando-se a si próprio(a). Ou claro, também podem usar quilos de reboco facial, mas mesmo assim as “imperfeições” muitas das vezes aparecem.
Após todos esses truques, ainda vão usar os filtros que milhares de aplicações nos facultam, e claro que o Photoshop está na linha da frente. Não só para corrigir “imperfeições” da cara, mas também as linhas do corpo.
Hoje em dia já vemos pessoas que nos ajudam a não sentir vergonha do corpo tal como o temos e incentivam-nos a mostrar quem realmente somos.
Sempre ouvi dizer que “Imperfeição é Beleza” e sendo eu uma pessoa cheia de imperfeições concordo plenamente com essa afirmação.
Deixo-vos um conselho: Deixem-se de manipular fotografias e vídeos. Somos todos perfeitos. Se aos olhos dos outros não o somos, o problema é deles. A única pessoa que temos de agradar é à que vemos no espelho.
“Para poder obter a perfeição fora precisa uma frieza de fora do homem e não haveria então coração de homem com que amar a própria perfeição.”
Fernando Pessoa
Pois é! Mas numa sociedade que impõe padrões de beleza, é crucial a filtragem e edição, senão não há “likes”, e se não os há, também não há dopamina . Ora aí está! O mesmo neurotransmissor produzido quando comemos chocolate, fazemos sexo, ou ganhamos algo. É a febre da aprovação, e do “Feedback “ positivo, que leva a uma competição desmedida para se mostrar aquilo que queremos que os outros vejam, mas não o que somos na realidade. E se não há “likes”, inicia-se um espicaçar de indiretas através de comentários.
É a “sociedade cardápio“, onde somos escolhidos ou rejeitados, segundo os tais padrões de beleza. Mas o que é um padrão de beleza? Quem foi que o decidiu e baseado em quê?
Se mudamos a nossa imagem com recurso a essas tecnologias manipuladoras da realidade, será que nos estamos a valorizar como somos, ou a desvalorizar?
Claro que temos e devemos cuidar da nossa imagem! Sem dúvida!!! Mas será que temos de manipula-lá em troca de aprovação?