Será que o conflito nos ajuda a evoluir?

Será que o conflito nos pode tornar melhores pessoas?

Quando nos “inscrevemos” para vir à Terra secretamente achávamos que seria “canja” espalhar vibrações harmoniosas onde quer que fossemos e que facilmente atravessaríamos a experiência de ser humanos. Mas, uma coisa é entender algo da perspetiva mental, outra, bem diferente, é experienciar esse algo. Agora que estamos efetivamente aqui, queremos frequentemente escapar, mas não sabemos como e para onde ir. Mas ei: foi para isto que treinámos! Por isso, vamos lá navegar através deste (aparentemente caótico) caminho e transformar os desafios em oportunidades?

Relações vs Perfeição

As relações estão longe de ser perfeitas. Afinal o que é a perfeição? É apenas um conceito que vive nas nossas cabeças que cria expectativas. E as expectativas são a receita para a frustração, pois em vez de vivermos o agora, começamos a viver no futuro (ou no passado), focando-nos no que queríamos que fosse em vez de aceitarmos o que é.

Quando vivemos em medo, preocupação e ansiedade sobre o futuro ou arrependimento, tristeza e dor sobre o passado, não estamos a usar o nosso poder de estar completamente presentes no agora. E essa é a base de qualquer conflito. Uma pessoa que está completamente presente no agora tem a capacidade de responder em vez de reagir. Responder vem de um lugar de alinhamento e auto-respeito em vez de projetar as emoções que estão acumuladas dentro de nós nas pessoas e circunstâncias à nossa volta.

Portanto, um dos pontos principais para lidar com o conflito é parar de usar as pessoas como desculpa ou pretexto para projetar as nossas emoções. Quanto mais familiarizados estivermos com o que sentimos, praticando atividades que nos dão clareza sobre nós próprios, melhor compreenderemos como lidar com esses estados. Assim, seremos capazes de nos mantermos calmos em qualquer situação.

Como evoluir?

Outro aspeto importante é olhar para o conflito através de uma perspetiva de expansão e gratidão: “O que pode esta situação ensinar-me?” ou “O que posso aprender com este conflito?” são perguntas valiosas que nos podemos colocar.

Para conseguirmos fazer esta análise, precisamos de perdoar os que mais nos magoaram. Muitos de nós iremos dizer “Mas como é que posso perdoá-los? Tu não sabes o que me fizeram.” E é neste momento que temos de esquecer a história, senão ela vai continuar a repetir-se na nossa cabeça como um disco partido, impedindo-nos de seguir em frente.

É necessário largar a história e focar em ultrapassar a emoção. Precisamos de sentir o nosso corpo de forma a libertar a energia que está acumulada cá dentro, que quer desesperadamente sair.

À medida que deixamos ir essa energia (essa emoção) começamos progressivamente a sentir serenidade e a nossa mente olha para a questão sobre o que podemos aprender com outra perspetiva. Começamos a entender que os que nos magoaram são os nossos melhores professores. Não é sobre o conflito que tivemos com eles, mas sim sobre a dor que despertaram, a dor que sentimos e o caminho para a libertar.

À medida que começamos a abordar a situação (ou a pessoa) com desapego, temos melhor capacidade para amar. E é este o motivo último pelo qual estamos aqui.

Assumir o Nosso Papel

Portanto, primeiro temos de tomar total responsabilidade por nós próprios. Se somos parte de um conflito, em vez de agirmos ou pensarmos como uma vítima atirando as responsabilidades para o lado, podemos considerar o que é que existe em nós mesmos que nos colocou nesta situação.

À medida que tomamos responsabilidade tomamos as rédeas sobre a nossa vida e fazemos o compromisso de mudar, de estar numa posição em que aprendemos com a dor, em vez de a evitarmos ou ignorarmos. Assim, somos capazes de escolher de um lugar de consciência e, consequentemente, fazer escolhas diferentes.

Usar Reforços

Por último, aprender a pedir ajuda. Pode ser física, como um mentor, um amigo ou um terapeuta, ou pode ser espiritual, como conectarmo-nos com o divino que nos guia em cada situação. Por exemplo: escrever uma carta ao Universo delegando a situação à Vida.

À medida que pomos esta atitude em prática, começamos a mover-nos em direção à paz interior, independentemente do que quer que se passe à nossa volta. E, como consequência quântica dessa nova energia que cultivamos em nós mesmos, os conflitos dissolvem-se e a paz de dentro começa a manifestar-se como paz no mundo à nossa volta.

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