Perco-me num horizonte que não conheço, mas que sei que me espera, mais ao fundo na vida.
Receio não encontrar o que quero, mas acredito que faço diferente todos os dias, marcando pela diferença a vida das pessoas por quem passo, e com quem convivo, no entanto, resta-me a saudade.
A saudade dos que saíram da minha vida e me deixaram um pouco de si, ou muito das suas experiências, dos seus conselhos, da sua vida, enfim!
Deixaram-me o ensinamento da sua vivência que tanto me enriqueceu.
As lágrimas que juntos chorámos, os caminhos que fizemos e voltámos a fazer uma vez e outra, e sobretudo as histórias, carinhos e momentos passados em pleno estado de amizade, são tantas que nem as conto.
Nada a fazer, sou assim mesmo, uma perfeita sentimental, que guarda no coração tudo o que de bom a vida lhe trouxe, incluindo as pessoas que já não estão presentes, pelas mais variadas razões, mas que continuam a fazer-se sentir.
Não guardo tristezas, nem rancores ou mágoa, no meu coração existe espaço apenas para emoções e sentimentos bons. As amarguras e energias negativas vividas, essas ficaram perdidas num tempo que nunca quis que existisse, mas que fez parte do caminho.
Mas falava de saudade, a palavra mais portuguesa de todas, aquela que me traz um sorriso e um morno e terno aconchego ao coração, ahhh a saudade… seria capaz de viver o resto dos meus dias abrigada no conforto dos momentos, e na saudade do tempo já passado.
Mas não posso… não me é permitido, afinal há ainda uma vida para viver, há que construir novos momentos e viver novas histórias que permitirão mais tarde ter mais um conjunto de boas memórias das quais virei também a seu tempo, a ter saudades. E voltarei a viver de novo esses momentos, porque quem constrói boas memórias tem a oportunidade de viver duas vezes o mesmo momento, o vivido e o que se recorda. Assim dizem os entendidos.
A vida de facto é muito interessante e recebemos sempre o que vamos semeando, nem sempre na proporção nem no momento que consideramos ser o adequando, mas quando o universo decide, afinal, tudo o que há-de ser nosso, à nossa mão vem ter.
E por isso na linha do horizonte que agora vislumbro, apenas um desejo e um pensamento, que a vida nos permita a plenitude das realizações a que estamos dispostos.
Ser afinal alguém que deixa a sua marca, ainda que indelével, no coração, daqueles com quem se cruza ao longo da passagem pela vida.
Prefiro aqui lembrar os que me amaram e que amei, terão sido os que verdadeiramente me conheceram?
Não faço ideia. Foram com certeza os que melhor me compreenderam e se deixaram ver e me viram através dos olhos da Alma!
Sejamos felizes enquanto por cá andamos, afinal tudo isto é uma passagem!