“A RTP é a única televisão que está próxima dos Portugueses.” Esta é uma das diversas descrições que podemos encontrar na página online da RTP. Define-se como uma estação que esteve presente, desde sempre, na história do país, mas que também nos trouxe a história do mundo.
Entre altos e baixos, levou-nos à Lua e trouxe-nos a realidade dos que, sendo nossos, estão espalhados pelo mundo. Para muitos, tornou-se um problema. Para outros tantos, tornou-se lugar de dar expressão a um país de almas que só se compreendem com voz.
Hoje discute-se – às vezes de forma mais politicamente correta, outras nem tanto – qual será a melhor solução para uma estação que procura, desde sempre, espelhar o país.
Se tanto se ouviu falar nos “precários da RTP”, mais ainda podemos dizer sobre a precariedade das decisões – ou melhor, “decisões” – tomadas pelo Estado relativamente à televisão nacional. Verdade seja dita: ora falamos da “joia do coroa”, ora falamos da próxima venda do Estado.
A máquina do Estado, a “linha” que ligou uma nação entre continentes e que difundiu ideias, uniformizando opiniões, está agora no limiar de se tornar mais maldição que bênção.
O governo terá de, eventualmente, resolver o problema. Focando-se nas críticas – construtivas ou demolidoras -, terá de encontrar a resposta para a questão que se mantém e arrasta há já longos tempos.
Se as respostas não nos parecem claras, se os trabalhadores são vistos como “tachistas”, se a estação em si é vista como uma forma de conduzir ideias e adaptar realidades à vontade do Estado, não quererá isso dizer que a decisão será sempre diferente consoante quem esteja no poder? Não quererá isso dizer que a realidade será diferente consoante o “narrador da história”?