Fui ao cofre-forte da minha pequeníssima biblioteca e tirei de lá A Mafalda, de Quino.
Nada melhor que enfrentar um artigo sobre Política relendo as tirinhas desta insatisfeita menina, que tanto me/nos fez a infância ou adolescência.
Neomundismo(?) Peguei neste termo peculiar, inexistente e sem sentido para iniciar um artigo de complexidade zero, já que caberia numa única palavra: DESUMANIZAÇÃO. Só mesmo Quino para ironizar o Mundo e as Políticas, da forma como o conseguiu com este personagem criança, cuja verdade e visão estão para além do óbvio. Certamente um Iniciado que, atento aos pormenores, conseguiu personificá-lo assim.
Se neomundismo não existe, porquê o valorizar aqui?
Talvez seja, eu própria, uma insolente da vida mundana e, igualmente insatisfeita sobre a Condição Humana e os comportamentos do Homem perante as atrocidades que, ciclicamente se perpetuam (?). Actores principais da sua própria destruição. Por isso, teimo em adiar estes artigos até que encontre um equilíbrio, quiçá descontraído, para os abordar. Com objectividade e o menos opiniosa possível!
Neomundismo = neo + mundo + ismo
Neo = novo
Mundo = Terra, humanidade, planeta, vida, continente
Ismo = sufixo nominal, de origem grega, que exprime ideias de fenómeno linguístico, sistema político, doutrina religiosa, sistema filosófico, tendência literária
:explicação subjectiva da coisa. sem qualquer fundamento. apenas de índole interpretativo e conjectural
Os sufixos, por regra, acrescentam uma forma de “acção” à coisa que se refere. Deste modo, neomundismo poderia ser algo como “um big-bang” da humanidade, em constante expansão. Uma hipotética e absurda explicação para o que deveria ser já “um mundo novo de acção, pela acção, daqueles que fazem esse mundo”.
Agora, o tema de interesse: democracia e capitalismo.
Ou, Democracia versus Capitalismo.
Democracia – é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.
Capitalismo – é um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e sua operação com fins lucrativos. As características centrais deste sistema incluem, além da propriedade privada, a acumulação de capital, o trabalho assalariado, a troca voluntária, um sistema de preços e mercados competitivos. Em uma economia de mercado, a tomada de decisão e o investimento são determinados pelos proprietários dos fatores de produção nos mercados financeiros e de capitais, enquanto os preços e a distribuição de bens são principalmente determinados pela concorrência no mercado. in wikipédia, a enciclopédia livre*
A cidade na refundação da democracia | Philip Yang – No Café Filosófico CPFL
Se se pensar bem, democracia e capitalismo andam de “braços dados”, como dois bons amigos e, melhor, como bons “inimigos” daqueles que, da primeira têm parte activa, porém, da segunda dependem também.
Sendo a Democracia mais antiga que o Capitalismo, porque se tornou tão dependente deste último? O que se torna leviano para toda e qualquer sociedade actual. Ou, talvez, porque “é um conceito de difícil definição, fundamentado na noção de uma comunidade política na qual todas as pessoas possuem o direito de participar nos processos políticos…” “O termo democracia é de origem grega (δημοκρατία, dēmokratía) e quer dizer “poder do povo”*

“quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que os homens perceberão que não podem comer dinheiro” Sabedoria Indígena
A história do Capitalismo “separa-o” em três fases distintas:
1ª Fase – Capitalismo Comercial (séc. XV a XVIII) – trocas comerciais, mercantilismo
2ª Fase – Capitalismo Industrial (séc. XVIII a XIX) – revolução industrial
3ª Fase – Capitalismo Financeiro (séc. XX) – empresas multinacionais e práticas monopolistas
Debruçando sobre este último, aquele que interessa, aquele em que se vive e todos conhecem, e que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial. Uma nova fase em que bancos e empresas se unem para obter maiores lucros. Um modelo que vigora até aos dias de hoje e, se rege pelas leis das instituições financeiras e dos grandes grupos empresariais presentes no mundo inteiro.
Serve este texto para reflectir ou para afirmar quem detém “o poder do povo”?
Ou, responder como a Mafalda, enquanto ajudava a mãe a limpar a casa e esta lhe pediu para limpar o globo terrestre (sim, em quase todas as casas do séc. XX havia um!):
– É para limpar todos os países, ou só os mal governados?
O que pensas deste artigo?

Comments
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Já habituado aos escritos e escrutínios de Carmen Ezequiel, mais uma vez com sua forma única de nos elucidar para a nossa falta de lucidez, num contexto brilhante tal como todos os anteriores que vigoram nesta página em seu nome.
Abraçar e agudizar a nossa noção do que se passa a nossa volta….é necessário.. acordar e viver a vida, como ser vivo merecedor de ser parte de uma natureza natural, em que os termos são definidos com a sua real definição, e, não moldados as vontades dos que mandam governar…. parabéns Carmen🌹🌹 Que todos te leiam e tirem partido do que deve fazer parte de um escrito para chegar ao leitor 🌹🌹🌹
Obrigada pelo carinho, pela partilha e pela presença. 🙂