Palermices & Companhia

Os tempos que correm são complicados. Inéditos não o são, dado que a Humanidade já enfrentou várias pandemias no passado. Muitas delas com consequências bem mais nefastas do que a actual provocada pela SARS-cov2 (Covid-19), uma vez que o Mundo não possuía nem um terço do conhecimento e material científico e médico que tem hoje à sua disposição.

Temos tudo para não sofrer da mesma forma que os nossos antepassados sofreram com a doenças terríveis como a gripe espanhola (por exemplo) que marcou – e de que maneira – um Mundo em plena Guerra Mundial.

Contudo, o cenário actual não é bem esse…

Bem que poderia e deveria ser. A razão até que o dita desta forma, mas existem no nosso planeta três figuras que por força dos destino e de uma conjugação infeliz de factores fazem com que a crise do Covid-19 seja muito mais profunda do que aquilo que já o é por natureza. E logo três figuras icónicas, que por força da democracia, comandam os destinos dos seus países.

Para quem ainda não percebeu a quem me refiro, eis que apresento a fabulosa equipa do Palermices & Companhia.

Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América. O “cowboy” que assumiu o papel de Xerife pretende colocar toda a China no banco dos réus, porque, segundo a sua lógica, foi esta quem escorraçou o vírus para todos os outros. Objectivo de tal? Ainda não se sabe, mas acho que terá alguma coisa a ver o facto de os chineses serem – “somente” – os maiores credores da segunda maior economia do Mundo. Para mais, a malta morre aos milhares nos EUA e muitos são enterrados em valas comuns, porque isto do distanciamento social é uma treta made in China comunista.

Jair Bolsonaro, Presidente da República Federativa do Brasil. O Capitão sem medo que puxa pelos galões para apelar a golpes militares no seu país, porque isto da Covid-19 não passa de uma “gripezinha”. Bolsonaro é um visionário que lidera um país onde alguns dos seus estados têm de partilhar ambulâncias e onde existem povoações que nem sequer sabem o que água canalizada. O arrojado Bolsonaro ainda vai arranjar forma de colocar a China como autora dos seus apelos públicos ao regresso à ditadura. Entretanto, se porventura morrerem uns quantos milhares de brasileiros por causa da Covid-19 e o Brasil vir a enfrentar no futuro uma crise sem precedentes, a culpa é de toda a gente menos do Capitão.

Boris Jonhson, Primeiro-ministro de Inglaterra. Para Boris, o Keep Calm and Carry On é uma velha máxima britânica que tem de ser seguida à risca. Até porque isto da pandemia não é para o holligan britânico. Para além de tal, o Serviço Nacional de Saúde lá do tasco aguenta tudo e mais alguma coisa. Pelo menos, era assim que este pensava antes de a Covid-19 lhe ter entrado pela casa adentro e o ter colocado na cama de um Hospital a lutar pela Vida. Agora está em fase de recuperação e tem-se remetido ao silêncio, enquanto o Reino Unido enfrenta uma onda de mortes e onde a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde é cada vez maior, chegando-se, inclusive, ao ponto de se temer o colapso do dito Serviço.

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