O primeiro erro na defesa dos direitos das mulheres, quando falamos da luta do movimento Feminista, é, algumas de nós, considerarem que se só estamos a defender os direitos das mulheres e dessa forma estamos automaticamente a excluir os homens, o que não é verdade. Por isso, o primeiro “erro” advém desta perceção.
A escritora e ativista Bell Hooks, no seu livro “O Feminismo é para Todos” (edição brasileira) assinala que muita pessoas pensam, de forma errada, que o feminismo é “anti-homem”. E explica que, na verdade o centro do feminismo é ser anti sexismo ou anti machismo e não anti-homem. O que modifica por completo a perspetiva que algumas mulheres insistem perpetuar por ignorância e falta de interesse no tema.
Obviamente que as mulheres, por toda a história que carregam, têm de defender os seus direitos, porque continuam subjugadas socialmente pela condição de serem mulheres em muitos locais do mundo. A igualdade, ainda precisa percorrer um longo caminho mesmo nas sociedades ocidentais. Não obstante a necessidade de trazer a mulher para um papel mais igualitário e de relevo para a sociedade, por vezes peca-se pelo excesso. O que prejudica a essência do feminismo.
Estamos a atravessar tempos um pouco estranhos. O “politicamente correto” parece estabelecer o dever de não dizer nada que possa melindrar, quem quer que seja, mesmo que essa seja a nossa opinião devidamente fundamentada. Devemos optar por “esconder” o que pensamos, em que acreditamos ou dizê-lo de forma “polida” para não ofender ninguém. Filtrar em demasia o que se diz, faz com que se deixe de pensar e que se passe apenas a dizer o “certo” e assim, quem fica a ganhar: não é o livre pensamento, o treinar do raciocínio e do poder de argumentação, que tanto nos faz crescer, mas sim o medo! (um tema para outro artigo…)
Acima de tudo, o mais importante é continuarmos a passar a mensagem que o caminho para as mulheres, feito de igualdade, abre portas para que as diferenças se esbatam entre homens e mulheres, e isso é benéfico para todos. Ser-se feminista é obviamente lutar pelos direitos das mulheres mas é também procurar que a sociedade se torne mais justa para todos, independente do seu género, religião ou condição…