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Os amigos de Alex

A amizade deixa marcas profundas sobretudo quando a mesma se enraíza na juventude. Fica sempre um sabor doce que persiste na memória e que engana os sentidos. Aquele tempo jamais voltará, mas a memória preserva-o como único e perfeito e assim será conservado como num altar que nunca existiu. Há tempos que servem propósitos e a juventude é apenas um espaço que leva à idade adulta e não permite o retrocesso.

Um grupo de amigos da universidade reúne-se para o funeral de Alex, um aluno brilhante que optou por outro caminho na vida. Sem se saberem as razões que o levam a tal, este suicida-se e os amigos, que já não se viam há anos, aproveitam a oportunidade para fazerem um balanço das suas vidas e dos seus sonhos. A idade da rebeldia e da mudança há muito que foi e estão todos instalados na vida mesmo que persistam alguns pequenos desejos de alteração.

Esse será o fim de semana de redenção onde todos os segredos e as mentiras surgirão como se fossem convidados e onde a irreverência, corporizada na tão jovem namorada do amigo que morreu ainda vive, os faz recordar os anos em que acreditaram que podiam mudar o mundo. São todos trintões e a vida que um dia pensaram nunca existiu a não ser nas suas mentes que a fabricaram. No entanto ainda existem algumas pontas soltas que precisam de ser tratadas e por isso aquela será a oportunidade perfeita para o fazer.

Sarah, Harold, Michael, Sam, Karen, Nick e Meg são a imagem da tristeza e da desilusão. Cada um esconde os seus fantasmas bem como alguns receios e o tempo é o adequado para balanços. Parecem todos querer fugir do motivo da reunião, que é a morte. Alguns já têm descendentes e outros ainda os querem ter e por isso a vida continua como um rio que conhece o seu leito e o percorre com calma e fluidez.

Alguns segredos acabam por ser revelados e outros ficarão guardados em cofres que só os deuses conhecem, mas isso faz parte do jogo da vida. Uns míseros dias são mesmo a resenha necessária para tirar os esqueletos que estavam nos armários há demasiado tempo. Tudo se solta apesar da fibra não ser a mesma. Rapidamente se descobrem as inverdades e as mais profundas desilusões que mancham os sonhos que ainda têm coragem de aflorar.

É-lhes permitido reviver uma nova juventude, mesmo que seja efémera. E se o tempo não fosse tão castrador e estúpido? Aqueles dias são um desejo que um génio escondido numa lâmpada lhes vai proporcionar. Vivem-nos como se ainda fossem os incautos que não sabiam medir as consequências. Resolvem-se algumas questões pendentes e a vida continua com o sabor que parecia ter antes de tudo mudar de cor.

Entre o amor e a dor soltam-se espíritos latentes que voam em firmamentos onde o poder da saudade e da inconsistência ganhará terreno e força. O sol é a fonte de energia e a vida pode ser vivida de tantos modos diferentes e novos. O renascer é diário e quem sabe o que o futuro reserva? Alex morreu, mas Nick vai continuar o que ele havia começado. Uma herança dura e pesada, mas aceite de bom grado.

Sarah chora a morte física de um amor que não esquecerá e permite-se sofrer bem como oferecer uma nova vida com Harold e Meg. Karen e Sam finalmente realizam o desejo carnal de sempre e Michael é o eterno bom selvagem que a todos quer chegar e não consegue. Vidas que se estreitam e afastam, mas que se unem e consolidam num nó apertado de idealismo. Nada mais existe a não ser a realidade que os confronta todos os dias.

Interpretações maravilhosas num filme de lançamento de actores que se tornaram de referência e emblemáticos. Uma banda sonora que nos transporta ao tempo das estrelas e das frutas coloridas. Um retrato fiel duma geração que teve de aceitar a mudança e se sente integrada, mas com um leve e disfarçado complexo de culpa e traição. A juventude é o tempo da revolução, onde tudo é permitido, mas a maturidade é a época da meditação.

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