Com a facilidade de expressão e inúmeros meios de comunicação, é cada vez mais fácil identificarmos opiniões diferentes das nossas, algumas delas incompreensíveis. É comum surgirem polémicas sobre o mesmo assunto, dividirem-se trincheiras e apontarem-se disparos, com toda a motivação e orgulho, de ambos os lados. Quem é que tem razão?
Nem sempre é fácil aceitarmos pessoas diferentes de nós. No entanto, todos sabemos que cada um tem a sua maneira de ser e de estar, de acordo com o lugar onde nasceu, a educação que teve, as influências a que esteve sujeito e até mesmo devido aos fatores genéticos.
Não há um único ser humano igual ao outro e o modo de vivenciar as experiências, com base nos valores e crenças de cada um, é instintivo e exclusivo.
É lamentável ouvir notícias como a de um homem que matou outro por causa de um lugar de estacionamento. Aquilo que deveria ter sido um belo dia de praia, em família, com os filhos, tornou-se um inferno que deixará marcas em todos para o resto da vida. Porquê? Falta de tolerância, falta de paciência, respeito e, talvez, muitas outras coisas que culminaram num assassinato.
Para se interagir, de forma pacífica e construtiva, com pessoas de todas as esferas da vida é necessário primeiro compreender de onde elas vêm, antes de nos precipitarmos em suposições indevidas. Nem sempre é simples; requer que paremos e pensemos antes de agir ou de tirarmos conclusões. É fácil presumir que os outros estão errados, que são teimosos ou irracionais.
Muitas vezes aquilo que é importante para nós, não é importante para os outros.
Assim como nós podemos ficar frustrados com as reações de terceiros, nomeadamente conhecidos, os outros podem, também, ficar connosco.
É bom relembrar o direito fundamental que todos os seres têm de determinar os seus próprios caminhos e destinos.
Para promovermos relacionamentos harmoniosos, precisamos de descobrir o que motiva os outros e tentarmos encontrar um modo de interação agradável para ambos. Quando surgirem barreiras, devemos tentar fazer perguntas, ouvir, tentar compreender e até tentar nos colocar no lugar da outra pessoa. Chama-se empatia. Podemos descobrir que além das diferenças de perspetiva que dividem, as pessoas estão sujeitas a inseguranças e a outras questões pessoais que influenciam a sua forma de ver o mundo.
É provável que nunca venhamos a compreender as inúmeras complexidades do cérebro e reações humanas. No entanto, esforçarmo-nos por ser compreensivos e solidários, tentando compreender o outro lado, em vez de julgar e condenar, irá contribuir para relações mais equilibradas e mutuamente satisfatórias.
Somos peças únicas, parte de um todo complexo.