O terrorismo na atualidade

Quarta-feira, dia 28 de Junho. Acordamos com a notícia sobre mais um ataque terrorista, desta vez em Istambul, Turquia. Provocou mais de quarenta mortos e mais de duas centenas de feridos.

Lahore, Bruxelas, Ancara, Shabqadar são apenas algumas das cidades onde ocorreram este tipo de ataques, apenas neste ano. De acordo com o jornal Expresso, “ataques terroristas mataram mais de 10 pessoas por dia em dois anos”. Os três jornalistas que realizaram a reportagem contaram 190 ataques em todo o mundo e 7000 vítimas mortais deste o verão de 2014, “data em que a ameaça do terrorismo global se intensificou, através do surgimento do Daesh (auto-proclamado Estado Islâmico)”.

Contudo, os ataques não começaram em 2014. O ataque às Torres Gémeas, liderado por Osama Bin Laden, chocou o mundo ocidental, no início deste século. Depois disso, começamos a falar e a ouvir mais sobre terrorismo.

Apesar de tudo, o terrorismo não é algo novo: fez parte da história da sociedade internacional, visto que vários grupos e países recorriam ao terror para influenciar as decisões políticas nacionais ou internacionais. De acordo com Bianca Roldan Mussolino, o terrorismo moderno surgiu no século XIX no contexto europeu, “quando ocorreu a Revolução Industrial, pois haviam grupos anarquistas e reaccionários que viam o uso da tecnologia e o Estado como os seus principais inimigos”. No entanto, afirma que foi no século XX que o raio de actuação terrorista cresceu, com o surgimento de “novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos na Turquia e no Iraque, os muçulmanos na Caxemira, na Palestina”.

No estudo Terror 2000, do jornalista britânico Simon Reeve, conclui-se que a ameaça terrorista está a aumentar e a transformar-se. Por um lado e tendo consciência do uso de agentes infiltrados para descobri-los, os grupos terroristas modificaram a sua estrutura, criando células cada vez mais pequenas, onde cada um sabe apenas a informação indispensável. O uso das novas tecnologias permite ainda que os membros nunca, ou quase nunca, se encontrem pessoalmente, tornando assim a tarefa de os identificar mais difícil. Estas tecnologias estão a ser utilizadas ainda para atrair novas pessoas. A facilidade de obter ou construir armas é também mais fácil.

O facto de as redes terroristas, como aponta Bianca Roldan Mussolino, não estarem dentro das fronteiras de uma região ou um país só torna mais difícil combate-lo. Assim, afirma que, actualmente, é o direito internacional e não apenas estatal que tem, ou deve ter “a preocupação em estabelecer regulamentações e regras para coibir este tipo de atuação.”

Bianca Roldan Mussolino defende que foi a partir do 11 de Setembro que a comunidade internacional começou a procurar meios para combater esta ameaça, ocorrendo assim uma mudança na postura dos vários países. “Em 12/11/2001, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se, extraordinariamente, para votar a Resolução 1.368 que, diante dos ataques terroristas de 11 de Setembro aos Estados Unidos, reconhece o direito à legítima defesa individual ou colectiva, autorizando a resposta armada americana em nome do direito de legítima defesa.” Assistimos, depois disso, a duas guerras, no Afeganistão e no Iraque. Ou seja, a paz que todos procuraram, depois das duas guerras mundiais, não veio. Pelo menos não em todos os países.

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