O Superpoder dos Acessórios

Quem nunca se questionou em frente ao roupeiro sobre o que vestir e que acessórios usar para determinada ocasião que atire o primeiro sapato.

Tendo em consideração que a roupa e os adereços integram a comunicação não verbal de traços subtis da nossa personalidade e da mensagem que pretendemos transmitir, a sua escolha, ainda que inconsciente, é criteriosa.

Para mim, os acessórios são pequenos grandes detalhes com o superpoder de influenciar o resultado de qualquer look: evidenciar elegância, adicionar cor e brilho, ou simplesmente, transmitir a confiança associada a um amuleto. O melhor exemplo que me ocorre são os sapatos de cristal da Cinderela.

Num passe de mágica da varinha de condão, a Fada Madrinha transformou um vestido rasgado num de cerimónia, mas o visual só ficou completo com um par de sapatos de cristal, que adicionou singularidade e personalidade ao look para o baile real. Gosto de pensar que a escolha do material para os sapatos recaiu no cristal, porque simbolizavam a delicadeza da personalidade bondosa da Cinderela e impedia a sua transformação ao bater das doze badaladas, permitindo perpetuar no tempo a recordação de um momento mágico.

Sendo os sapatos de cristal diferentes dos confortáveis que usava para se movimentar entre as tarefas do seu dia a dia, proporcionaram-lhe uma entrada elegante num mundo diferente. Se bem se recordam da história foi nesse momento que a Cinderela captou a atenção do Príncipe. Acho que o lindo vestido atraiu o olhar do monarca, mas foi o caminhar confiante de alguém que acabou de concretizar o seu sonho de participar num baile, que despertou a curiosidade de sua alteza real.

Provavelmente nos dias que se seguiram ao baile, enquanto o Príncipe procurava a donzela que usara o sapatito de cristal, a Cinderela, antes de se deitar, calçava o seu par para recordar os momentos felizes que vivera. Sendo aquele adereço o símbolo da magia de um sonho tornado realidade só poderiam servir à dona do coração bondoso que o sonhara.

Quando escolho os adereços é como se agitasse a varinha de condão da Fada Madrinha para selecionar qual o que está de acordo com o meu estado de espírito. Afinal, cada um deles esconde uma história (passada ou, quem sabe, futura).

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