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O que escondem as imagens mais mediáticas – Parte II

Em Junho de 1963, Malcolm Browne conseguiu capturar o monge budista do Vietname do Sul, Thich Quang Duc, a pegar fogo a si mesmo com o objectivo de atrair a atenção dos representantes católicos que reprimiam o Budismo e todas as restantes manifestações religiosas. Os monges budistas estavam a ser detidos e, por isso, queriam que o Budismo tivesse os mesmos direitos que o Catolicismo. Estes, insatisfeitos com a constante insolvência religiosa, decidiram sair para as ruas a fim de protestar. O 5 Immolation -budist_monk_on_fireprotesto em questão chocou o mundo e, segundo fontes, Thich Quang Duc, enquanto era queimado, não protestou e manteve-se sempre imóvel. Em gesto de solidariedade, outros monges começaram a fazer o mesmo. O corpo do monge foi cremado e o coração permaneceu intacto – o que fez muitos acreditarem que fosse um santo. Hoje em dia, o coração encontra-se guardado no Banco de Reserva do Vietname.

A imagem que fez sucesso na década de 70 foi capa do primeiro CD, Killing in the Name, dos Rage Against the Machine em 1992.

Em 1995, o veterano da Guerra do Golfo, Timothy McVeigh foi responsável pela morte de 168 pessoas (20 crianças) e mais de6 Oklahoma City Bombing 600 feridos. Foi condenado à morte, sendo que a sua execução deu-se em 2001. Charles Porter conseguiu ver para além dos destroços, eternizando uma imagem que lhe garantiu o Prémio Pulitzer para o Spot News Photography (1996). Na imagem, surgem duas pessoas: o bombeiro, Chris Fields, que transporta uma criança (Baylee Almon), encontrada entre os escombros provocados pelo atentado terrorista e que acabaria por falecer. A mãe de Baylee, Erin Almon, acabou por ficar uma grande amiga de Chris Fields. Segundo ela, depois de ver a foto: “’I really wanted to meet him and thank him.” 

O estado de saúde do bombeiro, nos anos que se seguiram ao atentado em Oklahoma, não foi o melhor. Fields teve aconselhamento psicológico, pois sofreu de stress pós-traumático e ainda exerce a mesma função muito devido ao apoio da mulher.

A Guerra no Vietname (1972) foi um dos eventos mais vistos nas televisões. Várias regiões foram atingidas, já que este país 7 Napalm Girlencontrava-se dividido: Norte (comunistas) e Sul (capitalistas e controlados pelos Estados Unidos da América). Com interesses à mistura, a Guerra do Vietname acabou por provocar prejuízos económicos no país e tirou a vida a mais de um milhão de pessoas (civis e militares). Os sobreviventes deste ataque renderam a Nic Ut o prémio Pulitzer e o World Press Photo of the Year. “Napalm Girl”, ou Kim Phuc é a personagem principal desta história, que acabou por ter um final feliz. O contexto é este: após a casa da família de Kim Phuc ser atingida por uma bomba, a criança de nove anos sai a correr e a chorar pela rua sem nada vestido – as roupas tinham sido queimadas por napalm. O que agudizou ainda a situação foi, quando os soldados vietnamitas tentaram ajudar a menina, ao atirarem água, o napalm espalhou e provocou queimaduras profundas na pele. Quem acabou por salvar a criança foi o fotógrafo que, depois de conseguir “a foto”, levou-a para um hospital e, desde esse dia, nunca deixou de a visitar.

A menina de há 42 anos é casada e tem duas filhas, actualmente. Para além da medicina, Kim Phuc colabora com o marido numafriendship-tours-kim-phuc fundação criada em seu nome. A ONG Fundação Kim Phuc é uma organização vinculada à ONU e tem como objectivo salvaguardar as crianças vítimas de guerras, atribuindo um apoio a nível médico e psicológico. Este projecto conduziu a que a UNESCO a considerasse embaixadora da Boa Vontade. Mais tarde, o responsável pelo bombardeamento em Trang Bang, John Plummer, apresentou publicamente o seu pedido de desculpas e afirmou, actualmente, ter um problema com o álcool motivado pela acção destrutiva feita em 1972. Acrescentou ainda que é pastor numa igreja Metodista nos Estados Unidos da América e divulga a sua história a todos. Ainda que Kim Phuc tivesse perdoado o capitão, este nunca desculpou o alvoroço histórico que criou.

Conclusão. Existem histórias com finais felizes e outras que fazem do humano mais maduro.  A fotografia, com ou sem efeitos, tem essa função. Guiar com um simples gesto momentâneo, como o amanhã deve ser.

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