Já alguma vez pensou acerca do que aprende sobre si próprio quando lê?
Esta é a minha reflexão de hoje…
Ler sempre fez e faz parte do meu quotidiano, seja por lazer ou por ofício. Mas até à data, nunca tinha verdadeiramente ponderado o que aprendo sobre mim mesma, quando leio.
O que aprendemos com um livro, seja um romance, policial, não ficção, ou de outra qualquer categoria, é de fácil perceção.
Ao terminarmos de ler um livro conseguimos quase instantaneamente perceber a moral da história e o que poderemos aprender com aquela narrativa.
No entanto, o que aprendemos sobre nós mesmos? O que a história nos ensina sobre a nossa personalidade, os nossos valores e as nossas crenças?
Excluindo livros de autoajuda ou desenvolvimento pessoal, que visam precisamente uma reflexão mais profunda do leitor acerca de si próprio, o que aprendemos com os demais?
A leitura de um livro faz-nos sempre transportar para outros mundos, vivências e experiência, que, talvez de outra forma, não visitássemos. Por esse motivo e dado o vasto reportório existente, as aprendizagens são infinitas.
Numa qualquer história, ao mergulharmos no íntimo de uma personagem conseguimos colocarmo-nos na sua pele e sentirmos as suas angústias, tristezas e alegrias, o que nos faz criar mais empatia quer com seres semelhantes, quer com seres distintos.
Se nos deparamos com personagens com traços de personalidade idênticos aos nossos, por vezes conseguimos antever as suas atitudes e comportamentos, e essa sensação de semelhança é reconfortante.
E se encontramos personagens com características distintas que tenham condutas que repudiamos, ao entrarmos no seu íntimo, acabamos por tentar perceber certos comportamentos e, embora não nos identifiquemos com os mesmos, percebemos talvez a sua razão de ser ou como lidaremos com isso.
O que isso revela de nós próprios é descobrimos que em certas situações do dia-a-dia poderemos reagir a comportamentos dos outros de uma forma menos tolerante. Talvez nos ensine a tomar melhor decisões no futuro.
Outro pensamento que me ocorre é a aprendizagem que colhemos sobre as nossas próprias crenças e valores.
Muitas vezes achamos que seguimos certos padrões de vida, que somos justos, que defendemos os valores correctos, e talvez até o façamos, mas serão mesmo as nossas crenças mais íntimas, ou serão fruto da pressão da sociedade?
Quando lemos, estamos sós. Sem julgamento dos nossos pensamentos. Nesse momento, somos o verdadeiro eu. Nesse momento, conseguimos ponderar se as nossas crenças e valores são verdadeiramente o que achávamos que eram e questionarmo-nos a nós próprios.
E assim, deixo-lhe este repto! Já ponderou sobre o que a leitura revela sobre si?