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O Poder da Fotografia

Qual a fotografia da qual se recordem instantaneamente ou do momento em que a viram? Qual o motivo? Eu recordo-me de uma fotografia que retrata uma mulher que não conheço, sentada num lugar onde ainda não estive. Vi esta fotografia em formato digital. No momento em que a vi, estava sozinha e não existia informação adicional escrita, mas independentemente disso ou das motivações do respetivo fotografo, quando a vi inquietei-me e de imediato na minha cabeça formaram-se uma série de questões e dúvidas sobre a vulnerabilidade do ser humano no meio que o rodeia.

Esta inquietação e surgimento de dúvidas aconteceu como se a própria imagem me começasse a fazer perguntas. Como se eu e aquela mulher tivéssemos entabulado uma conversa sem recurso a linguagem verbal, sobre nada em específico, mas que de algum modo me impelisse a noção de quão frágeis somos como ser humanos e de quão fortes somos dentro da nossa fragilidade humana. Poétiquices à parte, situações similares ocorrem várias vezes ao longo do nosso dia, imagens retratadas em fotografias, espontâneas ou não, que interferem ativamente na nossa forma de estar e ser.

A fotografia é um meio de comunicação da linguagem visual, que despoleta emoções e consequentemente atitudes, pela recordação, quando as fotografias “guardam” momentos íntimos, familiares, sítios e cenários ou situações improváveis e espontâneos. Pela ação, as fotografias despertam-nos vontade de ir a sítios, viver experiências, adquirir ou querer adquirir conhecimento, utilidades e futilidades. E ainda, atitudes de reação, quando despoletam em nós a consciencialização e reação interior, íntima ou publica, mediante situações fotografadas. Por exemplo, a fotografia do menino na praia. Mesmo sem mais referências, facilmente identificam a fotografia a que me refiro.

Retratar a imagem à qual nenhum de nós ficou indiferente, só foi possível devido a vários autores que exploraram e evoluíram ao longo dos últimos 200 anos o processo que reproduz uma imagem, numa superfície sensível, por exposição luminosa. A evolução passou por distintas técnicas entre elas a heliografia, diorama, daguerreotipia, calotipo, entre outras, até chegarmos ao conceito digital da fotografia que usamos diariamente. Na fotografia digital, o processo é equivalente, a luz sensibiliza um sensor, que converte a luz num código eletrónico digital e depois é armazenada num suporte digital.

Conhecem-se fotografias com origem no século XIX, embora existam referências a utilização de métodos preliminares no século XV por vários artistas, entre eles Leonardo da Vinci.

A palavra “photographie” deve-se a Hércules Florence, a quem foi reconhecido a título póstumo, o conceito de negativo com que cresceu a geração do século XX.

Se antes da fotografia digital, a fotografia era utilizada mais numa vertente artística e partilha de conhecimento, hoje em dia, a fotografia, pela forma instantânea como é obtida e como pode ser partilhada, é o canal de comunicação mais utilizado. Estamos à distância de um toque no ecrã do telemóvel para criarmos fotografias e partilharmos essas fotografias com uma rede infinita de contatos e assim comunicar.

Este é objetivo da fotografia, comunicar. A retratação de uma imagem interage por si só com o recetor, impulsionando-o a recordar, agir e ou reagir. A fotografia tem poder mediante o impacto que provoca nas nossas emoções, impulsionando a intensidade e fulgor com que recordamos, agimos ou reagimos.

Uma fotografia tem poder, quando, com uma breve descrição, facilmente a identificamos.

Uma fotografia tem poder quando eu recordo a imagem da mulher sentada no lugar aonde ainda não fui.

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