Desde que mundo é mundo, o homem “vale” mais do que a mulher. Verdade? Não é, mas os rótulos existem e nomeiam o que a sociedade prega sobre as diferenças (?!) entre os sexos. Elas, educadas para serem discretas, amorosas, prendadas, maternas e impecáveis. Eles, estimulados a serem ativos, agressivos, livres e sem regras. Essa tal sociedade patriarcal, marcada pela desigualdade de gênero, com um sistema social onde homens são privilegiados. Seria mesmo um privilégio?
À considerar o quanto pode ser maléfico para os então meninos, futuros homens, talvez colocassem em reflexão se é mesmo assim. Rapazes crescem ouvindo o “pare de chorar”, “seja homem”, “isso é coisa de menina”… E nem exemplifico os séculos passados. É mesmo em pleno século XXI, essas e outras frases, rotuladoras e intimidantes, persistem em todos os meios, seja rico ou pobre, novo ou velho, europeu ou brasileiro. O rótulo existe e ponto. Masculinidade que limita, se torna tóxica e o que podia ser “leve” fica demasiado “pesado”.
As mudanças podiam partir dos pais, dos educadores, do meio social. Criança é esponja, absorve o que ouve e vivencia. Aproveitar esse início sem vícios de pensamentos para ensinar um papel com mais respeito. Para si próprio e para o outro.
Todo adulto tem no seu interior uma “criança” bem ou mal resolvida. É o HD zerado que pode ser então arrumado. O “homem da casa” pode ser o moderno ou o antiquado. Quebrar paradigmas de que tudo supostamente relacionado ao feminino – sensibilidade, acessibilidade, vulnerabilidade – seja fraqueza, seja de mulher, seja de gay. Não é opção sexual. É respeito, é individualidade, é humano. É pessoa! As diferenças existem anatomicamente e o respeito independe de gênero. Anota aí: É pessoa, não é sexo.
Há adultos de 15 anos que precisam já alimentar a família enquanto adolescentes de 40 anos não sabem ficar sozinhos. A única grande batalha do homem é contra ele mesmo. E estão morrendo por não conseguir falar. Um estudo nos EUA cita que 80% deles sofrem de Alexitimia, condição nomeada dentro da psicologia, que os marcam por não verbalizarem emoções, descrever sentimentos e em casos extremos, levam a depressão e suicídio. É mesmo privilégio?
Homens, libertem-se!
Não há companheira que negue, o tão estimulante pode ser, um homem na cozinha, administrando a casa, os filhos… Em parceria, em união. E por que não, é também obrigação. Ultrapassado é, aqueles que ainda acham ser tarefa de mulher.
Os pais de hoje podem ser os meninos que lá trás brincaram de casinha e comidinha, de cuidar do boneco bebê. Um homem participativo hoje na relação precisa de estímulos passados, além dos carrinhos e bolas, mais do que os gritos de imposição para espantar a fraqueza e provar que podem
ir à frente das imposições. A harmonia vem na primeira infância, por mais meninos que demonstrem suas fragilidades, meninas suas fortalezas e viva a liberdade. Onde rapazes usam rosa, trocam fraldas, preparam o jantar e nada altera o que podem e como são. É o permitir ser. O “macho” é mais do que trocar pneu, cuspir no chão e não demostrar emoção. Chorar é permitido, extravasar e expor sentimento pode ser uma solução.
Ninguém pode ser melhor ou ter mais responsabilidade porque nasceu homem (ou mulher).
Uma relação, seja família, amigos ou amorosa, precisa se basear em respeito e admiração.
Independente do masculino ou feminino, prevalecer o que agrega, o que soma e não há líder nem sobrecarga. Não é quartel. Não é tropa! É relação (substantivo feminino – ligação, vínculo ou conexão entre uma coisa e outra), é amor. É União.
Por mais amor e menos competição!
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Português do Brasil