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O H de Hollywood

Estados Unidos da América, século XXI. O país que sempre lutou pela liberdade e igualdade. O país com a indústria cinematográfica mais influente no mundo – o mundo de Hollywood. O mundo de sonhos de muitas pessoas. Um mundo visto como ideal. No entanto, será ele assim tão perfeito?

Segundo um estudo realizado pela Universidade da Califórnia do Sul, onde se analisou o papel feminino na sétima arte, esta indústria secundariza a mulher. Aquilo que à primeira vista parece como igual, na verdade pode ser visto como uma inferiorização do papel da mulher, tanto como atrizes e como realizadoras. Segundo os resultados obtidos neste estudo realizado em 2009, as mulheres representam apenas 13,5% dos guionistas e menos de 4% dos directores. No entanto, diz o estudo, são as mulheres que representam o maior público dos filmes nos cinemas.

As diferenças entre os géneros no Hollywood pode também ser vista pelos salários que os vários actores recebem. Segundo uma lista divulgada pela revista Forbes, onde se comparam os honorários entre os homens e as mulheres há uma enorme diferença. Robert Downey Jr, que desempenhou o papel principal no filme Homem de Ferro, ganhou mais de 75 milhões de dólares, enquanto a Angelina Jolie, que foi considerada a actriz mais bem colocada nesta lista, só recebeu 33 milhões no mesmo período. No universo das mulheres mais bem pagas em 2013, logo após a Angelina Jolie vêm nomes como Charlize Theron, Marion Cotillard, Julia Roberts e também nomes mais novos como a Mila Kunis, ou a Emma Stone.

Factos que demostram esta desigualdade entre os géneros foram também apontados pela New York Film Academy. Nem 11 % dos filmes analisados por este grupo tinham um elenco equilibrado de homens e mulheres: conclui-se que a média foi de 2,25 actores por cada actriz.

Quanto às outras profissões e corroborando as conclusões do estudo da Universidade da Califórnia de Sul, a New York Academy aponta que, em toda a indústria, há cinco homens para cada mulher a trabalhar no cinema. Em 2012, o número de guionistas subiu para 15%. Numa análise mais geral, conclui-se que 38% dos filmes (de 2012) analisados empregaram uma, ou nenhuma mulher e apenas 10% tinham entre 6 e 9 mulheres a cumprir funções nesta indústria. Nos Óscares, em toda a sua história, só quatro mulheres concorreram ao prémio de melhor direção, sendo que apenas Kathryn Bigelow ganhou.

Quase 70% das personagens com falas são representadas por homens. Ou seja, o Hollywood também dá menos voz à mulher. No que toca ao vestuário, este também é em menor número. A mulher é cada vez mais provocadora, enquanto os homens são dispensados deste papel. Quando se fala das mulheres, não nos podemos esquecer das adolescentes que cada vez mais ganham destaque no cinema. As adolescentes também são alvo deste “novo vestuário”, ou a falta dele. São raparigas entre ao treze e os vinte anos, que representam mais de 50% do total das mulheres com roupa sensual, ou nudez parcial.

A idade das actrizes que desempenham um papel também é importante na sua vida profissional. Enquanto que ouvimos os nomes Tom Cruise, ou George Clooney ainda bastante vezes, em papeis principais, nomes como Julia Roberts, ou Sandra Bullock têm uma participação cada vez mais casual nos filmes (o que não quer dizer que deixaram de ser excelentes atrizes). Quando estes atores se encontravam na casa dos 20, ou dos 30, as atrizes que os acompanhava tinham mais, ou menos a mesma idade que eles. Nos dias que correm já não se pode dizer o mesmo, uma vez que, enquanto que, aparentemente, a idade delas se tornou um problema para desempenharem um papel, a idade de um ator parece não ser um obstáculo para o Hollywood. Por exemplo, quando Tom Cruise, com 21 anos de idade, no filme Risky Business, contracenou com uma Rebecca de Mornay de 23 anos, os dois tinham quase a mesma idade. Trinta anos depois, o actor com 50 anos contracenou com Olga Kurylenko de 33 anos, no filme Oblivion, denotando-se que as mulheres são substituídas no que toca ao desempenho de personagens mais novas e os homens podem desempenhar sempre personagens joviais, independentemente da idade que o actor tenha.

Os avanços nos últimos anos não foram muitos e a sétima arte transmite-nos uma realidade que se critica na vida real – a desigualdade. Porém, nesta indústria, poucos criticam, ou se dão conta desta realidade. Talvez, porque estamos tão impressionados com os enredos que nos apresentam, que esquecemo-nos de analisar mais profundamente os filmes para além do trama principal.

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