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O futuro não traz o presente!

Está tudo uma confusão! Serei só eu a sentir-me assoberbada com tudo? E quando digo tudo, é mesmo tudo:

  • CASA – sim, com maiúsculas, porque, em si, inclui um mundo de tarefas – e sim, também porque me apetece gritar só de pensar
  • Filhos – “tão lindos que são” penso, quando finalmente dormem
  • Hamster – graças a Deus, sou alérgica a gatos e, sim, filho, a cães também…
  • Emprego
  • Trabalho – estas duas últimas não são o mesmo, faça “like” quem me esteja a perceber
  • Saúde – quantas vezes não protelamos a marcação de consultas e/ou exames?
  • Lazer – esperem, já me vou lembrar do que significa
  • Vida Social – a precisar de Suporte Básico de Vida
  • Imprevistos (diários)

Não fiquem chocados com a ordem, é aleatória. Para além do mais, os filhos pertencem à casa e o cansaço já não me permite ser politicamente correcta.

Talvez o problema seja meu, que terei demasiadas ideias para as 24h que o dia tem. Ainda não se inventou uma forma de fazer um upgrade disso? Sinto que é como a Internet de há uns anos: íamos a um sítio onde pagávamos meia hora para nos sentarmos a um computador com Internet e, depois, demorava tanto a abrir as páginas que o tempo esgotava sem se conseguir consultar o que se pretendia. Frustração!

Para alguns de vós que estão a ler, será como ouvir o relato de alguém que viveu na era dos dinossauros. Parece incrível, não é? Então, a Internet não é de borla como nos centros comerciais, restaurantes e outros locais públicos?

Ah, o fosso que se criou entre a realidade de há dez anos e o presente é abismal. Velocidade, é a palavra de ordem. Até já acredito em teletransporte, aliás, é uma questão de tempo. E como sabemos, o tempo é relativo. Assim o diz Einstein na sua Teoria da Relatividade e provou, podemos ver em retrospectiva, ter sido um homem com ideias futuristas. Consigo observar que a velocidade exponencial dos avanços na ciência e tecnologia é acompanhada de uma sociedade cada vez mais alienada de si mesma.

Parece um contra-senso, mas vejamos: o ser humano é um ser social, precisa do contacto com os da sua espécie para o seu bom desenvolvimento e bem-estar (há quem prefira a companhia dos animais). No entanto, o que acontece na realidade é que está tudo conectado, principalmente ao digital. Os dispositivos móveis vêm com uma “cápsula individual invisível” que isola a pessoa dentro de uma realidade virtual. Tornaram-se assim desnecessárias as conversas de circunstância nos transportes, no elevador, nas filas de espera que cada vez menos toleramos com a possibilidade de criação de serviços online. Os amigos também jogam online, cada um a partir do seu computador ou telemóvel, não na rua; à hora da refeição muitas conversas não acontecem por culpa da “cápsula individual” e tantos outros exemplos que se poderiam enumerar aqui.

Não, não sou conservadora ou apenas uma romântica saudosa com dificuldade em acompanhar este ritmo. Sim, tenho dificuldade em acompanhar o ritmo mas esforço-me para isso, na medida em que a realidade virtual/digital/online tem valor mas tem, em primeiro, de me servir. Não pode ser apenas mais um “ogre do tempo”. Não posso permitir que me transforme numa tecno-dependente viciada com reflexos compulsivos e perturbada.

PÁRA!

Sim, gritei mais uma vez, peço desculpa! Aprendi que não devemos gritar com as pessoas e quando temos um comportamento impróprio, no mínimo, devemos pedir desculpa. Contudo, isso só acontece se interagirmos com outras pessoas, certo? Acho que está na hora de me retirar para estar comigo mesma. Dar-me algum tempo para introspeção, talvez ler um livro, dar um passeio na natureza, carregar baterias. Depois, combino um café que tem sido adiado demasiadas vezes com uma amiga que já não vejo há muito. Tempo é ouro, apercebo-me disso cada vez que revejo mentalmente a “to do list” interminável.

Contudo, no meio de tantas urgências percebo que só é urgente aquilo que realmente nos permite viver e ser feliz, como por exemplo um abraço dos nossos filhos, as gargalhadas que lhes provocamos com um ataque de cócegas, um serão com os amigos mais chegados (que também podem ser família). Todos aqueles momentos que gostaríamos de congelar no tempo e que nos deixam saudade antes de sequer terminarem. Que se lixe tudo o resto!

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