Num artigo anterior, tive a oportunidade de escrever algo sobre a dicotomia entre o avanço tecnólogo e a dificuldade que o ser humano tem em acompanhar tal evolução.
A determinada altura do artigo, falei sobre o facto de estarmos na era do “DIY” (Faça você mesmo) e da IA (Inteligência artificial).
Hoje, gostaria de voltar a este tema, mais concretamente ao tema da Inteligência Artificial.
Muito se tem vindo a falar sobre isto.
Já o britânico Stephen William Hawking, físico teórico, cosmólogo e autor do livro Breve História do Tempo previa em 2014, numa carta enviada ao jornal “The Independent“, o extermínio da humanidade por uma inteligência artificial avançada.
Na verdade, esta temática remete-me para o ano de 2020 quando apareceu a COVID-19. Pode, à primeira vista, parecer descabida esta analogia, porém, são situações idênticas na maneira como se está a lidar com o assunto, isto é, tantas opiniões, umas coincidentes outras contraditórias, no entanto, penso que ninguém sabe ao certo o que esperar ou com aquilo que se pode contar. Vamos aprendendo diariamente.
Se em tudo na vida há sempre dois lados de uma só moeda, também aqui temos de um lado os pró Inteligência Artificial, os que vêem excelentes oportunidades à espera de serem aproveitadas, os que já pensaram numa maneira de ganhar dinheiro com isso, nichos de mercado e afins, e do outro lado, temos os que são do contra, e pensam que a IA é obra do “demo” e só existe para nos atrapalhar, roubar postos de trabalho e, mais tarde ou mais cedo, aniquilar.
Da parte que me toca, e vestindo a camisola de alguém que escreve, vou de uma forma corajosa, e arrojada até, afirmar que a IA não me assusta. Não tenho qualquer receio de ser substituída por este avanço tecnológico. E porquê? Porque a IA pode até dar boas sugestões, escrever sem erros ortográficos mas, e ao nível da semântica? Tenho sérias dúvidas. Terá a capacidade para entender trocadilhos? Terá capacidade para analisar um poema de Fernando Pessoa, por exemplo?
Quem escreve é movido por sentimentos, por emoções, por experiências vividas. Aliás, na grande maioria das vezes, há muito mais para além daquilo que está escrito, há mensagens implícitas e que somente conseguem ser decifradas precisamente por seres igualmente sensíveis e emotivos. E não esqueçamos a criatividade, que anda de mãos dadas com a espontaneidade.
Por esta ordem de ideias, “seres” desprovidos das qualidades acima enunciadas, jamais terão a capacidade de as transmitir.
Em suma e uma vez mais, vemo-nos obrigados a apelar ao bom senso e a tentar encontrar um equilíbrio. Fácil não será, com toda a certeza. Contudo, é algo ao qual já estamos habituados.
De que são feitos, afinal, os nossos dias senão de uma luta constante e quase utópica à procura do tão desejado equilíbrio?
Nota: Este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico.
Bem visto!
Gostei muito do modo como abordou este tema tão pertinente e atual.
Beijinhos