Para todos os que gostam de assistir os programas de comentário e discussão futebolística, as noites de segunda-feira deixaram de ter a calma desejada no final do primeiro dia de uma longa semana. Por outro lado, para os amantes das redes sociais, a terça-feira surge como o dia onde mais um vídeo do programa Prolongamento, da TVI24, se torna viral e anima, de forma especial, uns breves minutos do dia.
A situação é relativamente nova e tem um impulsionador. Pedro Guerra, comentador do painel que representa o Benfica, trouxe mais audiências e uma maior atenção ao programa da TVI24, nas suas acaloradas discussões com Bruno de Carvalho e Eduardo Barroso. Apesar da sua mais recente notoriedade, Guerra não é um desconhecido do meio da comunicação social. Ainda jovem adulto, ultrapassou barreiras e etapas no jornal O Independente. Conhecedor das suas qualidades de trabalho, Paulo Portas não hesitou em levar Pedro Guerra consigo para o Ministério da Defesa em 2002, no governo chefiado por Durão Barroso. Mais tarde, tornou-se assessor do grupo parlamentar do CDS-PP, onde trabalhou, de forma exclusiva, até surgir o convite para chefiar o departamento de conteúdos da Benfica TV.
Ultrapassando polémicas do passado, já que o artigo não tem como tal esse objectivo, a carreira de Pedro Guerra manteve-se afastada do futebol durante bastantes anos. A sua entrada foi forte e devastadora. Forte, porque todas as pessoas do domínio futebolístico o identificam como sendo “o tal adepto do Benfica”, e devastadora, porque Pedro Guerra não se limita a comentar, preparando-se exaustivamente para os debates semanais como se de um julgamento se tratasse. Um adepto como os outros, talvez, mas em circunstâncias diferentes – às conversas de café não assistem milhares de pessoas, nem essas têm o poder de fazer despontar o amor ou o ódio. Actualmente, muito citada, a “verdade desportiva” ou a paixão clubística não pode despertar ódios. Nesta altura, a TVI parece preferir as audiências, quando um dos objectivos da televisão passa por ajudar a educar uma sociedade.