Uma semana é composta por 7 dias, 168 horas, 604 800 segundos, 6 jornais diários nos 4 canais generalistas e uma infinidade de notícias que aparecem tanto online, como na imprensa escrita, na rádio e na televisão. No meio de tanta informação, há que saber separar o trigo do joio, o importante do acessório e o interessante do que deveria nem ter sido notícia. É disso que irá viver este espaço semanal que pretende destacar algumas notícias, factos, curiosidades, pormenores, que marcaram a nossa semana noticiosa. Será publicado todas as Sextas-Feiras e terá como objectivo principal comentar aquilo que se destacou mais pela positiva e o que esteve, digamos, “menos bem”, o que nos alegrou e o que esperamos que não se torne a repetir.
Acima de tudo, pretende ser um espaço de discussão, onde espero que dêem uso aos vossos teclados e deixem a vossa opinião sobre os vários temas abordados fluir. Como diz sabiamente Heidi Klum, em Project Runway, “in fashion, sometimes you are in and sometimes you are out“. O mesmo é aplicado ao mundo que nos rodeia.
Os produtos portugueses destacam-se cada vez mais lá fora. Depois de, em 2013, terem conquistado 13 medalhas no prestigiado concurso “Superior Taste Award“, este ano os produtos com selo nacional trouxeram da Bélgica 25 medalhas. Os prémios da organização belga International Taste & Quality Institute decorreram em Junho. Entre os 30 produtos que foram enviados a concurso, seis destes produtos conquistaram 1 Estrela de Ouro, outros 15 receberam 2 Estrelas de Ouro e quatro receberam 3 Estrelas de Ouro. A maior parte dos produtos lusos premiados são azeites, mas há também conservas, queijos, compotas, bebidas e outros produtos.
Este ano, concorreram ao concurso mais de 1.250 produtos vindos de 75 país, sendo que 938 foram medalhados. O júri do iTQi, composto por membros de 15 países, são integrantes das mais prestigiadas associações de culinária da Europa como. O iTQi oferece uma estrela dourada a produtos com pontuações entre os 70% e os 80%, duas estrelas a produtos com pontuação entre 80 e 90% e três estrelas (acima dos 90%). Para a avaliação, cada produto é a uma análise na qual critérios como primeira impressão, aspeto visual, aroma, textura, sabor, sabor residual, entre outros são minuciosamente considerados pelo júri.
Dos cerca de 10.000 produtos que deram entrada no Great Taste 2014, foram concedidos 3 estrelas apenas a 153 produtos, nas diversas categorias, por um painel de juízes que incluiu: Charles Champion, Masterchef e crítico gastronómico; Sheila Dillon, jornalista e apresentadora da BBC; Frances Quinn, grande vencedora do concurso britânico Bake Off; Natalie Coleman, MasterChef 2013; responsáveis de compras do Harrods, Fortnum & Mason, Selfridges, Harvey Nichols e Whole Food Markets; e chefs incluindo Russell Brown, 1 estrela Michelin.
De referir que os júris dos prémios Great Taste não julgam o branding, ou packaging da empresa. Apenas têm acesso ao produto (sem nunca vislumbrarem a marca), concentrando-se no sabor, qualidade, textura e aspecto do produto a avaliar. Somente quando há consenso será atribuído um prémio. O que significa que pelo menos 16 juízes provaram cada produto credenciado. Desta forma, para a obtenção de 3 estrelas, todos os juízes (que podem ser até 40 especialistas) devem concordar por unanimidade que o que provaram proporciona o factor indescritível ‘wow‘.
Não há melhor forma de premiar os nossos projectos agrícolas e o constante trabalho desenvolvido por várias equipas, bem como toda a investigação, conhecimento e partilha que tem sido levado a cabo em Portugal. Começamos a construir a história recente da agricultura portuguesa. Com este prémio espero que conquistemos um lugar de destaque nas melhores lojas mundiais de produtos alimentares de elevada qualidade, mas, acima de tudo, gostaria muito de ver mais produtos de marca portuguesa a fazerem companhia aos portugueses na sua casa, na sua cozinha, na sua mesa de jantar, ao acordar, ou à noite.
A visão inacreditável desta semana de 35 000 morsas, destituídas de mar gelado, a refugiarem-se numa praia do Alasca e num risco constante de morte por estarem num pequeno espaço demasiado lutado, inspirou muitos comentários pelo mundo inteiro. Muitos questionaram quando é que a emigração humana em massa, por causa das alterações climáticas, será uma realidade? Em nome da boa verdade, isto já é uma realidade no Alasca, já que, à medida que os níveis do mar sobem, muitas comunidades costeiras são obrigadas a mudarem de localidade, mas o mesmo pode ser aplicado aos habitantes do hemisfério sul, que pretendam fugir do aumento constante de calor e que irão fugir para o norte do globo, à procura de temperaturas mais baixas. Aliás, num artigo intitulado “Portland Will Still Be Cool, but Anchorage May Be the Place to Be”, o New York Times chega a especular que este estado dos Estados Unidos da América irá tornar-se na “nova Flórida”, com um clima agradável e muita água a rodeá-lo. Por todo o mundo existem regiões em que o aumento das temperaturas, a degradação ambiental, o excesso de população e os vários conflitos que estas situações causam estão a forçar muitos a abandonarem as suas casas. A Organização Internacional de Migração estima que poderão existir 200 milhões de emigrantes em 2050.
Ao serem confrontados com esta questão, muitos comentadores especulam que as nações mais desenvolvidas e estáveis economicamente irão, eventualmente, enfrentar problemas relacionados com o aumento da emigração. Muitos países já começaram a experimentar algumas soluções para enfrentar esta problemática. Em Junho, o Tribunal de Emigração da Nova Zelândia atribuiu um visto de residência a uma família de Tuvalu, por considerar válido o argumento da defesa de que esta família iria enfrentar grandes dificuldades causadas pelas mudanças climáticas, caso voltassem para a sua pequena ilha do Pacífico, que poderá encontrar-se submersa até 2050. A União Europeia há muito que reconheceu este problema e tem enfrentado grandes dificuldades em encontrar uma resposta coordenada. Os académicos israelitas, por outro lado, consideram que o país deveria construir uma muralha em volta do país inteiro, incluindo determinadas partes do mar.
O Pentágono tem estado à frente do desenvolvimento de uma resposta norte-americana às mudanças do clima e o seu relatório “Quadrennial Defense Review” de 2014, onde tem, continuadamente, alertado para o caos que os problemas ambientais irão trazer para o país e para o mundo. Chamam-lhe de “multiplicador de problemas” e dizem que irá criar “pobreza, degradação ambiental, instabilidade política e tensão social”, apesar de nunca referirem a questão da emigração. Tendo em conta o clima político tóxico que é vivido em todo o mundo, isto não é um facto que surpreende e, de qualquer forma, o Comitê da Ciência norte-americano tentou impedir o Pentágono de se envolver em questões que envolvam questões ambientais.
Quais são as soluções para este problema? Como nos podemos preparar para a emigração relacionada com o clima? Devemos ter os braços abertos para todos os emigrantes, ou devemos fechar as nossas fronteiras? Ou existem formas de manter todas as pessoas nos seus países de origem e impedir que a emigração climática se torne um problema?
Ben Affleck, o actor de Good Will Hunting e directo de Argo, marcou presença a semana passada num programa de debate norte-americano apresentado por Bill Maher, para promover o seu último filme, Gone Girl. Só que, em vez de falar sobre o filme, o actor de 42 anos acabou por se envolver numa discussão com o apresentador e com Sam Harris, autor de vários livros sobre a religião e também convidado.
Bill Maher, um ateísta e crítico do Islão, disse no seu programa que “a maioria dos muçulmanos no mundo inteiro acreditavam que os seres humanos deveriam morrer por terem ideias diferentes, desenharem um cartoon, escreverem um livro, ou darem-se com as pessoas erradas.” Aquando da visita de Bem Affleck, decidiu retomar o tema, começando uma discussão sobre a forma como o Islão é percepcionado e analisado. “Quando pensamos do tratamento das mulheres, dos homossexuais, dos pensadores e dos intelectuais do mundo islâmico, sou da opinião que o liberalismo não nos permite ser objectivos. O ponto essencial é que somos levados a acreditar na islamofobia, onde qualquer crítica à doutrina islâmica é encarada como um ataque directo aos muçulmanos no geral.” Ao ouvir isto, o actor fica enfurecido e questiona a interpretação do apresentador. “Está a afirmar que a islamofobianão existe? Isso é nojento, é racista. É o mesmo que insultar um judeu.” Para o qual recebeu a seguinte resposta da parte de Sam Harris: “Bem, nós temos de ser capazes de criticar más ideias e o Islão, de momento, é a terra santa das más ideias.” Algo apoiado pelo apresentador do programa, que disse a Affleck que ele estava errado ao afirmar que as crenças fundamentalistas eram apenas tidas por algumas maçãs podres.
O actor vencedor de um Óscar contrapôs, questionando sobre os milhões de pessoas que não são fanáticas, que não maltratam as mulheres, que só querem ter uma vida normal como todas as outras pessoas e que não fazem as coisas que o apresentador acusava todos os muçulmanos de fazerem. Uma questão que contou com o apoio de outro convidado do programa, Michael Steele, um analista político, que afirmou que não era dada a mesma exposição aos muçulmanos moderados, comparativamente com aquela que era dada aos extremistas.
Porém, o apresentador não se demovia das suas convicções. “É a única religião que se comporta como se fosse Mafia. Que mata, se dissermos algo de errado, desenharmos a pessoa errada, ou escrevamos o livro errado”, rematou e obtendo uma respostas igualmente convicta de Bem Affleck: “O seu argumento é ‘sabem os pretos, eles matam-se uns aos outros’.” Ao que Bill Maher retorquiu: “Não é não. É um argumento baseado em factos.”
Ao fim de dez minutos de argumentação acesa, o apresentador decide deixar o tópico, aceitando que o seu painel de convidados não iria todo concordar consigo.