Será efectivamente a mudança necessária e uma chance de melhoria?
Quando nos apercebemos de que um determinado caminho pode não ser o mais correcto ou que não nos leva ao fim inicialmente pretendido, devemos insistir e ver a onde nos leva ou parar e recalcular o objectivo?
Insistir na rota será saudável ou mudar é preciso e está tudo bem também?
Quando muitas vezes nos deparamos com estas questões, geralmente dividimo-nos em dois grupos que apesar de parecerem bastante distintos acabam sempre por despertar em nós os mesmos instintos de realização ou anti-fracasso: temos quem programe e idealize e quem simplesmente vá e ‘logo se vê’.
Contudo, na verdade todos nós só queremos viver felizes e se possível pelo caminho mais curto ou menos doloroso. O que nos esquecemos é que precisamos de ser espicaçados para ir; para fazer; para agir, pois, o caminho mais tranquilo e mais seguro é também muitas vezes o mais confortável.
Todos os dias fazemos micro-escolhas e deste modo fazemos pequenos desvios no planeamento inicial. Sabemos que a vida não se vive em linha recta e que estas lombas por mais que atrasem a subida, nos dão balanço nas descidas.
Então, porque mudamos? Se vimos até agora que seguir o alinhamento e a direcção certa é o que nos move, o que nos leva a alterar o percurso?
Somos programados desde sempre a seguir os caminhos que a sociedade nos impõe mesmo que de modo subtil. Somos também coagidos de que esse trajecto é o único e, por isso, o melhor. Quando ganhamos asas e consciência de todo o mundo que nos rodeia, começam-nos a incomodar os pressupostos e os recálculos sucessivos para um determinado objectivo que pode nem ser o que realmente conservamos na motherboard com a programação de origem.
É uma companhia com a qual já não nos identificamos.
Um estilo de vida que já não nos encaixa.
Um tempo que já não se espera e um esforço que já não se faz.
Porque, tal como a natureza, nos também somos mutáveis e a soma de todas essas múltiplas escolhas que fazemos, que nos levam por um caminho e não por outro; por uma pessoa ou não por outra; por um futuro e não por outro.
Na maior parte das vezes mudar não é obrigatório, mas é necessário. Para a nossa própria sobrevivência. Para a nossa própria felicidade.
Na verdade, todos sabemos o que é melhor para nós mesmos, apesar das distrações do caminho se tornarem mais fortes do que a nossa convicção. Insistência e persistência. E o resto é paisagem. Só temos de viver o nosso caminho e deixar os demais com os seus próprios.
Se somos seres únicos e individuais porque nos limitamos à mesmice?
E é nessa tomada de consciência que viramos tudo do avesso, que paramos de sobreviver insatisfeitos e de obedecer aos padrões que nos mantiveram na linha durante tanto tempo.
Quantos de nós já não assustámos o bando todo quando tentámos voar como um pássaro de uma espécie ainda nem descoberta?
Quantos de nós já não fomos criticados por seguir caminhos opostos a quem toda a vida esteve e agora já não queremos mais que esteja?
Se mudar é sair ou tirar de um lugar por oposição ao outro, e se esse outro não nos faz feliz: então seguimos pela mudança que nos completa mais do que nos destrói.