Todos nós já nos deparámos pousados em cenários, quase apocalíticos, de stress e desarrumação física e mental. Muitas das vezes, o culpado destes cenários é mais inimigo do que amigo: o multitasking!
Ser um multitasker significa que a pessoa em questão é capaz de realizar mais do que uma tarefa ao mesmo tempo, de forma a se conseguir destacar dos demais, ou apenas para não se deixar atolar com tanto trabalho.
Este adjetivo deve ser um dos mais usados nos currículos, ao lado de “perfeccionista”, claro.
Contudo, fazer parte deste grupo pode não ser tão benéfico como pensamos, isto porque, no final do dia, acabamos por não conseguir concentrar toda a nossa atenção numa só tarefa, deixando a nossa to-do list incompleta, tornando-se em algo contraproducente.
Em 2014, Journal of Experimental Psychology publicou um estudo que revelou que interrupções de apenas segundos foram o suficiente para se duplicarem os erros cometidos no decorrer de determinada tarefa. O multitasking é um círculo vicioso, por isso, é sempre bom relembrar que “a pressa é inimiga da perfeição”!
O monotasking vem defender a capacidade de nos focarmos a 100% numa tarefa! Há sempre umas que requerem mais tempo e esforço da nossa parte e é precisamente aí que devemos agilizar uma estratégia de boa gestão de tempo e de prioridades.
Contudo, o monotasking não se aplica a todos os cenários, por exemplo, no cenário de uma mãe e de um pai, o multitasking, muitas das vezes, é a única forma de manter tudo em ordem e “as rodas a andar”!
Nos cenários onde o monotasking pode ser aplicado, então, deve ser aplicado, porque, ao estarmos constantemente a saltar de tarefa em tarefa, é como se corrêssemos uma maratona mental, às vezes sem nos apercebemos, causando-nos a tão conhecida sensação de cansaço e esgotamento ao final do dia, todos os dias.
E, infelizmente, sinto que essa ideia de que, se não chegarmos ao fim do dia completamente estafados, não fomos produtivos, é desnecessariamente normalizada e irreal, e, se pensarmos bem, é algo que não nos afeta apenas a nós, mas também a todos aqueles que nos rodeiam.
Ao entregarmos tudo o que temos a uma lista de 10 tarefas, num só dia, não conseguimos entregar o melhor de nós, tanto às tarefas, como a nós próprios e às pessoas de quem mais gostamos.
Vamos (tentar) reprogramar os nossos cérebros e dar uma oportunidade ao monotasking, sempre que possível!