Maternidade…

O processo da maternidade, ou como carinhosamente por vezes de designa, de magia da vida é uma autêntica descoberta do ser humano na mais profunda vertente da sua natureza, neste caso muito específico, no universo das mulheres.

É de facto um processo mágico, o desenvolvimento de um ser no interior do nosso corpo, não o conhecemos, mas já o amamos, já sentimos em nós uma imensa vontade de o proteger e de nunca mais largar aquele pequeno ser, que após o período de gestação nos é colocado no colo e que transformará para sempre a vida de quem o gerou.

Naturalmente haverá sempre as mães mais extremosas e apaixonadas, as menos cuidadosas e que assumem a maternidade como outra vivência qualquer do ser humano, e depois há aquelas que não mereciam ter tido essa oportunidade de colocar um ser no mundo, mas não nos dispersemos por esse caminho.

Se tentarmos perceber um pouco sobre o que muda em nós mulheres, durante a gravidez e depois do momento do nascimento de um filho, que maravilhas opera em nós este processo da maternidade. Eu diria que faz de nós que somos, e que sempre quisemos ser mães por opção, os seres mais abençoados da Terra por nos ter sido concedido esse dom de gerar, um filho é um Amor Maior, impossível de se comparar ao que quer que seja no mundo.

Podemos naturalmente ter as nossas zangas e aborrecimentos, naturais no processo de convivência do dia a dia, mas serão sempre o mais importante do mundo para nós. Há uma determinada altura em que se não tivermos algum cuidado, nos esquecemos de nós e vivemos para eles. Inevitavelmente nos primeiros anos de vida terá que ser assim, mas depois, teremos nós mães que aprender a ir lentamente cortando o cordão umbilical.

Li algures que uma mãe saberá que o seu trabalho como mãe está completo quando o seu filho já não precisar de si, nesta situação a missão está concluída com sucesso. Mas este não precisar, não significa afastamento ou ausência, significa antes, que são autónomos e completamente independentes para seguir a sua vida.

A ligação nunca se perde, e ainda que menos perto, mães e filhos estarão sempre próximos, e participantes nas angústias e conquistas vividas em comum ou por cada um.

Ser mãe é viver com o coração fora do corpo, também se costuma dizer habitualmente. E é completamente verdade, podemos estar no local mais importante do mundo, a viver um momento híper importante em termos sociais ou profissionais, no entanto se houver a notícia de que algo grave aconteceu a um filho, tudo pára naquele momento e já nada mais é importante do que chegar perto dele, e dizer-lhe: Está tudo bem, a mãe está aqui!

Quem é mãe reconhece com certeza no seu dia a dia, algum momento da vida em que ficou sem uma pinga de sangue, por qualquer coisa que aconteceu ao seu filho/a e não estava por perto para poder perceber o grau de gravidade do que sucedeu ao seu rebento.

No fundo, a melhor expressão que pode explicar o que é ser mãe, é chamar-se o filho de rebento, ou seja, algo que brotou de dentro de nós e que ainda que fisicamente afastado será sempre uma parte intrínseca de nós.

Os filhos são o maior investimento que podemos fazer na vida, ainda que a fundo perdido, porque podemos receber ou não de volta, o carinho e o amor imensos que oferecemos àquele pequeno ser humano, que com o tempo se transforma em homem ou mulher e um dia será também pai ou mãe e o processo continua, geração após geração.

O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.

(Agatha Christie)

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