Mare Of Easttown (2021) – Crítica

I want you to dance again

– Erin

A série “Mare Of Easttown” conta a história de Mare Sheehan (Kate Winslet), uma detetive que começa a investigar um assassinato local, enquanto desvenda vários mistérios sobre as pessoas ao seu redor e sobre a sua própria vida, na cidade Easttown localizada na Pensilvânia.

Não consegui ser enorme fã desta série, embora perceba a consensual apreciação por parte de muitos espectadores. Na verdade, “Mare Of Easttown” consiste numa série de 7 episódios algo “arrastados” e lentos, na procura de criar uma atmosfera única para caracterizar a cidade. E a atmosfera existe e está presente, mas não compensa a monotonia que acaba por ser uma constante numa série com muitas inconsistências, conveniências e uma fadiga de twists. Existe ainda assim uma dose muito reduzida de humor, mas como é reduzida é mais impactante quando acontece, normalmente entregue por Evan Peters como Colin.

Falando do elenco, Kate Winslet é uma atriz de mão cheia sem nada para provar, mas que entrega aqui uma excelente e contida atuação como Mare, sendo também uma das produtoras da série, ela é sem dúvida a maior razão para se ver a série. Guy Pearce será o outro nome mais sonante do elenco, mas tem uma personagem completamente desperdiçada. Jean Smart é outra atriz em destaque como a mãe de Mare, Helen.

A introdução de cada episódio, com o título aparecendo em locais diferentes é bonita e a banda sonora complementa a história de uma boa forma.

Resumindo, não aconselho a série pelo seu valor de entretenimento. Contudo, quem gosta de um policial lento com boa banda sonora e uma boa interpretação no centro de tudo pode dar uma espreitadela, visto ser uma minissérie de 7 episódios.

 * CUIDADO COM SPOILERS *

Toda a história circula em volta de um assassinato que acontece no final do primeiro episódio, gostei disto. Tivemos um episódio inteiro para conhecer a personagem assassinada, sem sabermos quem ela seria. O grande problema do caminho seguido pela série é que tenta colocar este assassinato no meio de dois desaparecimentos de outras duas raparigas que tinham “convenientemente” coisas em comum com esta vítima e portanto mais de metade da série acontece investigando estes três casos como se tivessem o mesmo responsável. Quando é descoberto que, na verdade, as duas raparigas desaparecidas nada tinham a ver com o caso de Erin, a rapariga assassinada, faz parecer que toda aquela investigação foi “nula”.

Um dos maiores pontos fracos é o excesso de suspeitos, parece que em cada episódio existem mais suspeitos, na verdade não me recordo de nenhuma personagem que não fosse a principal suspeita, e isto cansa um pouco a fluidez de toda a série.

A resolução da série é fraca, suportando-se por uma série de conveniências algo irrealistas para nos dar um twist que parece ter sido escolhido simplesmente para “chocar” e sem uma boa base de justificação.

Ainda assim deixo aqui os meus três episódios favoritos:

S01E05, Illusions – O melhor episódio de longe, com Colin como centro da acção e com a melhor conclusão de todos os episódios.

S01E02, Fathers – Um bom episódio que mostrou que, após o primeiro episódio, a série tinha muito para dar, e com bons twists (num episódio que ainda não adivinhava que seriam twists atrás de twists)

S01E06, Sore Must Be The Storm – Após um percalço, Mare regressa à atividade de detetive e consegue apresentar resultados e criar paz entre muitos habitantes.

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