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(Mais) Uma questão de regionalização

Agora que quase se esvaneceu muita da celeuma em torno da política de encerramento de lojas e de balcões dos CTT que está a ser seguida pela actual administração da empresa, esta é a altura ideal para que todos nós façamos uma profunda reflexão sobre aquilo que verdadeiramente queremos para o nosso país.

Comecemos, antes de mais, por analisar qual a motivação que levou a que o anterior Governo de Pedro Passos Coelho; Assunção Cristas/Paulo Portas levasse a cabo a privatização total daquilo que é popularmente apelidado de “Correio”.

Terá sido a necessidade de se reorganizar um serviço que serve toda uma população (uma mais do que outra é um facto)? Não.

A dita privatização terá sido fruto da necessidade de se poupar dinheiro ao Estado que, desta forma, procurou adaptar a empresa às novas tecnologias? Também não.

Então, o que fez com que Passos Coelho e o seu Governo tivessem levado a cabo a privatização total dos CTT com uma cláusula de salvaguarda para os seus compradores caso o Estado venha sentir a necessidade de reverter a tal privatização? Dinheiro fácil e rápido. Podemos discutir e concordar, ou não, com a necessidade de se ter feito tal, mas a verdade é que os CTT foram privatizados, porque o Governo de Passos Coelho & companhia quis, tão simplesmente, “fazer dinheiro”.

O interesse das populações e as suas necessidades nunca estiveram em cima da mesa de negociações desta privatização. E em má hora não o estiveram, porque para que as populações e fixem numa determinada localidade é preciso que por lá exista Tribunal, Repartição das Finanças e… Loja/Estação dos CTT. Retirar um destes elementos das localidades é, tão simplesmente, contribuir para a desertificação de um pequeno país cujo seu interior sofre — a bem sofrer – de um problema profundo de desertificação.

Ora face ao actual estado de coisas não vejo na nacionalização dos CTT a solução deste problema. E não o vejo porque não acredito na (re)construção de enormes máquinas administrativas com sede na capital do nosso país. Tal pode, de uma forma ou de outra, servir os interesses dos trabalhadores dos CTT de Lisboa e arredores mas tal está longe – muito longe – de resolver o problema global da crescente desertificação da região interior de Portugal. E muito menos a solução passa pela descentralização (entenda-se passar a “fava “ para as Autarquias) dos serviços dos CTT ou pela criação (ridícula, diga- de passagem) de “balcões” nas papelarias das demais Cidades, Vilas e Aldeias.

A solução passa, a meu ver ora pois, pela regionalização. Somente cada Região, como profunda conhecedora das suas necessidades e excessos é que deve determinar – ou pelo menos indicar – a abertura e/ou fecho de algo tão vital como um balcão ou loja dos CTT. Mas para tal será necessário que a classe política portuguesa (e não só) perceba, de uma vez por todas, que é mais importante tentar fazer algo pelo nosso país do que andar a discutir a situação política de Rui Rio no PSD.

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