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Mais humanos

Esta semana o Ébola voltou às bocas do mundo, desta vez com a escolha da Revista Time para distinguir como personalidades do ano todos os combatentes do vírus no mundo, profissionais e voluntários.

Agora que a loucura que há alguns meses nos assolou e lançou no pânico diversos países, nomeadamente no hemisfério norte do mundo ocidental, já acalmou, esta distinção relembra-nos algo muito importante, o verdadeiro foco do problema, as populações africanas, o chamado mundo subdesenvolvido, onde a calamidade continua a matar milhares de pessoas, e todos aqueles que, incansavelmente, continuam a arriscar a vida para parar esta doença e salvar outras vidas.

Num mundo como o de hoje, onde os Estados dão mais importância aos ratings da dívida do que à saúde das populações, esta distinção leva-nos a pensar que transformámos a vida humana numa luta por algo tantas vezes desnecessário. Procuramos o crescimento eterno das economias, mas esquecemo-nos que quem gera a riqueza são as pessoas. Esquecemo-nos também que uma sociedade pobre, triste e sem esperança faz com que as despesas estatais com saúde e segurança social cresçam, faz com que o crime aumente, entre muitos outros factores negativos que apenas fazem com que a bola de neve do medo tome enormes proporções.

Maior parte dos países do mundo, senão todos, vivem na ilusão de um crescimento que, na realidade, não existe. As economias estagnaram, porque o sistema já não serve o seu propósito maior, o do bem-estar e felicidade das populações. Por isso, por muito que se tente, os crescimentos são ridiculamente pequenos. Mesmo os países que neste momento têm taxas de crescimento elevadas têm-nas com base num aproveitamento desigual e desumano dos recursos, com fossos sociais gigantes e extremos de riqueza e de pobreza associados também a direitos humanos muito pouco respeitados.

É num ambiente como este que vivemos que uma doença desenvolve-se para um medo generalizado e nas populações ocidentais isto acontece duma forma exponencialmente assustadora e ridícula, muito devido a uma filosofia de vida excessivamente egocêntrica e pouco humana. Ainda há pouco tivemos isso mesmo aqui pertinho de nós, com o caso da Legionella, também ele exponenciado, durante alguns dias.

Convictamente digo que se o problema do Ébola existisse fortemente na Europa, ou nos Estados Unidos da América, uma cura já tinha sido encontrada e vendida pelas riquíssimas indústrias farmacêuticas. Indústrias focadas na doença e não na cura, como bem sabemos.

Por isso, a distinção da Time a estes anónimos que todos os dias arriscam as suas próprias vidas em prol das vidas dos seus irmãos é algo que tem de ser exaltado e lembrado, pois sem eles, sem dúvida, existiria uma verdadeira pandemia à escala mundial.

Contudo, a solução passa por cada um de nós ser, efectivamente, um ser humano, e concentrarmo-nos mais na vida e não no mundo material e nos bens, mais na felicidade e menos na quantidade ridícula de químicos que metemos no nosso organismo todos os dias. Se vivermos uma cultura de felicidade (e felicidade, meus amigos, nada tem que ver com dinheiro), seremos, sem dúvida, pessoas mais saudáveis e mais prósperas, mais humanas.

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