Lulas voadoras?

Imaginem estar tranquilamente num barco em alto mar, quando de repente: lulas voadoras?!

Em julho de 2011, um cientista japonês chamado Dr. Yamamoto e a sua equipa estudaram, a partir de um barco no oceano Pacífico, cerca de 200 lulas da espécie Todarodes pacificus. Após rastrearem e perseguirem as lulas durante horas, quando o barco estava, finalmente, quase a aproximar-se, estes animais de 20 centímetros fugiram como foguetes. Literalmente, como foguetes, pelo ar.

mg_lulasvoadoras_1As lulas surgiam do mar, lançando jactos extremamente fortes de água e criando a pressão necessária para subir pelo ar e, para além disso, a alta velocidade demonstrada é uma característica que também impressiona muito em todo este processo, pois conseguiam elevar-se no ar até aproximadamente 11 metros por segundo.

Normalmente, no mar, as lulas nadam para trás através da água, usando as suas nadadeiras e uma propulsão gerada ao sugar água do mar e esguichando-a, contudo, não se sabia que elas empregavam esta propulsão para sair da água. Até este estudo dos japoneses, só existiam rumores sobre este comportamento e ninguém sabia muito bem como é que estes animais faziam para levantar voo, como se tudo não passasse de uma lenda.

Os poucos estudos realizados após 2011 sobre este peculiar comportamento das lulas apontam que na verdade trata-se de uma estratégia para escapar de predadores, pelo que, provavelmente, quando o barco dos pesquisadores japoneses se aproximou das lulas que estudavam, elas, assustadas, começaram a fugir pelos ares.

Vale a pena dizer que esta propulsão pelos ares trata-se não somente de um salto para fora da água, mas, sim, de uma série de movimentos totalmente aerodinâmicos e coordenados. Assim que se atiram para fora de água, as lulas deslizam pelo ar, abrindo as nadadeiras e os tentáculos. As nadadeiras e a membrana que há entre os tentáculos criam uma sustentação aerodinâmica, mantendo a lula no ar durante cerca de 3 segundos e, assim que voltam à agua, as nadadeiras são recolhidas para minimizar o impacto.

Tempo depois, evidenciou-se este comportamento em outras espécies de lula, como a Stenoteuthis pteropus. Todas elas pequenas espécies de lulas, o que nos leva à assustadora pergunta: Será que lulas gigantes poderiam fazer o mesmo?

Mesonychoteuthis hamiltoni é a maior espécie de lula documentada até ao momento e pode chegar a medir entre 12 e 14 metros. Poderiam lulas gigantes como a Mesonychoteuthis hamiltoni fazer este tipo de espectáculo aéreo? Cientistas estimam que não, mas que é melhor ficar de olho.

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