Hoje trago um tema totalmente diferente dos que estou habituada a escrever, mas que merece a minha/nossa total atenção e que tem toda a importância.
Antes de começar, vou-vos apresentar um pouco da história da causa.
Fui até ao amigo Google e pesquisei sobre o significado da sigla. Sigla esta que só tem 5 letras e um +. Sim, é uma sigla pequena, mas o significado dela é maior que o quadruplo do universo.
Então obtive a seguinte explicação:
“LGBT é uma sigla que significa Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero. Em uso desde a década de 1990, o termo é uma adaptação da sigla LGB, que começou a substituir o termo gay em referência à comunidade LGBT mais ampla a partir de meados da década de 1980.
A sigla tornou-se popular como uma auto-designação, e esta, bem como algumas de suas variantes comuns, tendem a funcionar como um termo abrangente para minorias de orientação sexual e identidade de género, sendo adotado pela maioria dos centros comunitários sobre estas minorias e em meios de comunicação nos Estados Unidos, bem como alguns outros países anglófonos. O termo é usado também em alguns outros países, particularmente naqueles cujos idiomas usam acrónimos, tais como Argentina, Brasil, França e Turquia.
A sigla LGBT pode referir-se a qualquer pessoa não-heterossexual ou não-cisgénero, ou fora das normas de género pela sua orientação sexual, identidade ou expressão de gênero, ou características sexuais. Para reconhecer essa inclusão, várias variantes surgem, sendo uma das mais populares a LGBTQ, que adiciona a letra Q para as pessoas que se identificam como queer ou que estão a questionar a sua orientação sexual ou identidade de género. Aqueles que adicionam pessoas intersexo a grupos ou organizações LGBT poderão usar variantes como LGBTI. Algumas organizações também poderão usar variantes como LGBTIQ, LGBTQI ou LGBT+, sendo o “+” é por vezes adicionado ao final para incluir qualquer outra minoria relacionada que não tenha sido representada pelas outras iniciais. Outras variantes menos comuns também existem, como LGBTQIA+ com o A significando pessoas assexuais e, agénero ou arromânticas, ou ainda em uso controverso para pessoas aliadas. Siglas mais longas, com algumas sendo duas vezes mais longas que LGBT, geraram críticas por sua extensão, e a implicação de que a sigla se refere a uma única comunidade também é controversa.
As pessoas podem ou não se identificar como LGBT+, dependendo das suas preocupações políticas ou se elas vivem em um ambiente discriminatório, bem como a situação dos direitos LGBT onde elas vivem.”
Como se pode verificar, bastou inserir a sigla LGBT no dr. Google que obtive uma panóplia de explicações sobre o tema, mas infelizmente ainda existe muita alma por este mundo fora que prefere a desinformação, prefere culpar os media de exagerar nas notícias e ainda culpam as aulas de cidadania de serem os
“culpados de tanto se falar e de quererem que toda a gente seja gay ou lésbica”
(sim, isto foi-me dito).
Há quem questione o porquê de haver tanta manifestação colorida. A resposta é simples. Se não houvesse tanto tabu, tanta gente a repudiar os homossexuais, estas manifestações não precisavam de existir, mas, como ainda há quem faça questão de dividir os estatutos, as pessoas LGBTI+ têm que se fazer ouvir.
Será que algum dia as pessoas irão deixar de perguntar:
“Qual a sua orientação sexual?”
Vocês sabem que só existe um tipo de pessoas? Não? Eu digo qual é. Os seres humanos. Somos todos iguais. Heterossexuais ou homossexuais, somos todos iguais.
A homossexualidade não é uma doença, nem se transmite de pessoa para pessoa.
Temos músicas, temos livros, temos filmes, temos séries e inclusive temos reality shows sobre o tema.
Mas a minha questão é a seguinte: PORQUE NÃO ESTÁ O LGBTI NA ARTE?
Será que os artistas têm medo de haver algum tipo de represálias? Temo que tenha.
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Curiosidade: Vocês sabiam que o Leonardo da Vinci teve dois namorados? Isto aconteceu lá atrás, nos anos 1400 e caracol até à sua morte. É por isto que vamos deixar de querer visitar a Mona Lisa, a Última Ceia ou até o Homem Vitruviano (será que esta última seria um sinal de que já havia sinais de LGBTI nesta época?)? Acho que não.
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É importante que o movimento esteja presente em todos os cantos, para que as pessoas deixem de ver o tema como um tabu e como algo alienígena.
Deixo-vos um poema de Ary dos Santos. Trata-se de um poema dedicado a um amor impossível, amor por um homem, que no tempo do Estado Novo era tão ou mais censurado do que nos dias que correm.
“Cavalo à solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.”
(José Carlos Ary dos Santos)
Porque é que tem que haver a distinção?
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico.