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Kizomba: uma explosão de sensualidade

A Kizomba é um caso sério de sucesso,  tem ganho espaço no panorama musical nacional e é já um dos ritmos cada vez mais tocados nas rádios e discotecas em Portugal. É simultâneamente, uma dança originária de Angola, com raízes em diversos estilos como o Semba ou o Zouk das Kizombadas nos musseques, praticado desde os anos 50. Caracteriza-se hoje, por ser uma dança extremamente sensual, onde os pares se abraçam para acompanhar o compasso das músicas mais lentas, numa variante chamada de tarraxinha. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, para quem se encanta pela melodia da musica, facilmente se envolve na sensualidade da dança. Apaixonante.

No final da primeira década do presente século, houve um boom mundial de Kizomba, a começar por Portugal, o país europeu onde se pode sentir uma maior influência angolana, devido ao extinto Império Colonial. Podemos por isso dizer, que o português é a língua oficial deste género musical e que Lisboa é a capital europeia da Kizomba!

Muitos daqueles que começam a aprender Kizomba ou outras variantes, como o Urban Kiz, almejam atingir um nível aprazível e vistoso a ser aplicado no “social”, que é como quem diz nas diversas festas e festivais que ocorrem por ai, cada vez mais espalhadas pelo planeta. Só em Lisboa, durante o fim de semana realizam-se cerca de uma dezena de festas com ritmos africanos, onde se incluí a Kizomba, Semba, Funaná, Zouk, Tarraxinha e o Urban Kiz. Existem inúmeras promotoras e DJ’s, para todos os gostos, as festas da River Party nunca desiludem, são top, assim como os eventos ao sabor dos mixes harmoniosos do DJ Hegza. Mas não faltam opções, com bastante qualidade.

Uns preferem a Kizomba tradicional, assente no passo base, com algum tarraxo e muito entrosamento e proximidade, outros são fãs das recentes adaptações e variações dos últimos anos, também muito interessantes como o Urban Kiz ou Fusion, movimentos com bastantes mudanças de velocidade, num registro muito mais técnico e urbano. Dependendo da musica, os dançarinos poderão aplicar um ou outro estilo, todos válidos e divertidos.

Independentemente da variante e do estilo, seja nas aulas de Kizomba tradicional da Sónia Duarte ou  Marcos & Anita, quer no Urban Kiz do Pagee, nas turmas de Fusion do Miguel Jones & Mónica Banza, entre muitas outras escolas de qualidade, das quais a Jazzy Dance Studios é um exemplo notável, exploram-se conceitos fundamentais, como: a conexão (postura e indicações correctas ao par), passos (e adequação à musica), musicalidade (o sentir e interpretar corretamente a batida) e finalmente, o estilo (ou a ginga), que sendo único, é a nossa impressão digital na dança.

Na pratica social, podemos constatar a existência de uma espécie de código. Quem dança apenas uma música com o mesmo par, tipicamente significa que não gostou de dançar com o mesmo, o normal será dançar duas musicas seja por simpatia ou para não dar azo a outras pretensões mais impróprias, se um par dança mais que duas é seguramente porque há um bom entendimento mútuo.

A pratica social desta atividade, é também ela um reflexo da sociedade e desta forma sujeita a situações menos virtuosas ou discriminatórias, pois quando os(as) dançarinos(as) progridem, atingem experiência e leveza de passos, poderão mostrar falta de humildade, esquecer-se que um dia, durante o processo de aprendizagem, foram um verdadeiro peso morto. Alguns dançarinos julgam estar num tal nível “top” que já não dançam com qualquer mero “amador”. Querem espetáculo, exibicionismo, fazer-se notar, querem ser os reis ou rainhas da pista de dança, ou isso, ou nada. Afortunadamente, a maioria está para se divertir, sentir a musica doce, kuiar e aproveitar a diversidade que cada par lhe pode oferecer, entender a riqueza que isso possibilita.

Até onde vai o limite da sensualidade desta dança? Em alguns ambientes, podemos sentir alguma promiscuidade e invasão do espaço privado, mas ninguém é obrigado a tal, toda a gente tem uma postura única de dançar e muitas das vezes não é compatível com alguns pares. A mão na nuca do homem, ou movimentos da pélvis para além do sensual, poderá ser interpretado como uma proximidade exagerada num tarraxo mais atrevido. Há pessoas mais abertas a esta intimidade corporal, outras que nem aceitam dançar a tarraxinha com as mãos no pescoço. É sensato saber respeitar quem têm limites mais conservadores, mas também os mais ousados, que não os tem.

Será a Kizomba exclusiva para solteiros? Não. No entanto, um casal com esta paixão, terá de saber  distinguir a intensidade desta dança, abstrair-se e perceber que o que as pessoas procuram é aquele momento de fantasia, o estar ali com um corpo estranho, num sincronismo harmonioso de movimentos, um experienciar de sensações com um ritmo sensual, somente pelo momento, a musica acaba e cada um para o seu lado, sem afeição. É necessário ter este poder de encaixe, para interpretar a proximidade da intimidade,deve-se descontextualizar aquilo que aparenta estar tudo diluído na dança.

A dança é uma forma de comunicação não verbal, é a linguagem escondida da alma, intensifica a capacidade sanguínea, melhora a flexibilidade corporal, ajuda a tonificar os músculos, controla o stress e ansiedade, dispara a auto-estima e auxilia a corrigir a coordenação e equilíbrio corporais. No caso da Kizomba e suas variantes, oferece-nos autênticas “explosões” de sensualidade e sedução. Além disso, como diria o poeta, dançar é a poesia dos pés e os versos do ar!

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