Cá pelo nosso pequeno, mas acolhedor burgo de nome Portugal existe um certo número variável, ou não, de Comentadores que não perdem uma oportunidade para “bater com força” no Partido Socialista de António Costa. Não que o mesmo não mereça tal terapia, mas por vezes os recados e recadinhos roçam o ridículo… Acabam por ser manifestamente caricatos e rapidamente o receptor dos mesmos percebe quem está, ou não a “obedecer à voz do dono” (entenda-se aqui “voz do dono” por força política actualmente no Poder).
Não estou com isto a dizer que o Partido Socialista de António Costa não tenha que saber ler o que se passa à sua volta e adaptar-se às realidades. Muito pelo contrário! Até que sou dos primeiros a criticar o autismo que tomou conta do Partido há muito, muito, muito tempo e que lhe custou algumas eleições e contribuiu para que o nosso País esteja no estado em que está.
Agora sou da opinião de não podemos, nem devemos servir-nos de qualquer coisa para apontar o dedo a Costa e aos seus acólitos. Ou seja, não podemos, nem devemos utilizar o resultado eleitoral das últimas Legislativas do Reino Unido para chamar à atenção de Costa.
E não o devemos fazer por uma razão muito simples: ao contrário do que tem sido dito e escrito pelos “obedientes”, quem ameaçava a maioria absoluta do Partido de Cameron não eram os Trabalhistas (Socialistas). Era antes um pequeno Partido Social Democrata (de Direita, portanto), anti-europeu e anti-imigração, que estava a “roubar” votos aos Conservadores. Cameron só deu a volta à situação, após ter prometido em campanha eleitoral que irá realizar um Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. Foi este o trunfo eleitoral de Cameron que lhe deu a vitória sobre os Trabalhistas e não as propostas, algumas irrealistas na verdade, que derrotaram o Socialistas Britânicos.
Para mais e como prova dos nove, temos que o já reconduzido Primeiro-ministro Britânico começou desde já a tomar medidas duríssimas de combate à imigração e inclusive já deu a saber do mal-estar do seu Executivo perante a tal quota de imigrantes que a UE pretende aumentar para cada Estado-membro.
Dito de outra forma, David Cameron está a cumprir escrupulosamente com o que prometeu, durante a sua campanha eleitoral no que à questão imigração/Europa diz respeito, porque dentro da sua família política existe um pequeno Partido que o ameaça politicamente. Não podemos nunca colocar os Trabalhistas na fórmula do sucesso recente de David Cameron.
Resumindo e concluindo, podemos e devemos mandar recados e recadinhos ao PS de Costa até porque Portugal não pode mais continuar a ser governando por um conjunto de “pirómanos”, mas estes mesmos recados e recadinhos que sejam algo que se aproveite e com nexo sob pena de caírem no ridículo, contribuindo desta forma para o aumento do autismo de alguns Socialistas.