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Sabes o que é inteligência emocional?

Há muito tempo que se estuda e consequentemente, decifra-se o significado da inteligência emocional. Charles Darwin foi dos primeiros a tocar no assunto. Contudo, só na década de 90 e através do psicólogo e escritor Daniel Goleman, este assunto  teve repercussões mais efetivas. Dando azo a diversos livros, palestras e consequentemente adornou, preparou uma série de pessoas com este conceito. Que mais não é do que encontrar um equilíbrio para a vida através da gestão tanto do hemisfério direito do nosso cérebro, como do hemisfério esquerdo.

Partindo sempre do pressuposto que de um lado temos a gestão da razão, da lógica, moralidade, ética, entre outros e do outro lado a gestão dos sentimentos, das emoções e afins.

Porém, o que é na realidade a inteligência emocional? Sendo curto e grosso para a perceção da mesma, não é mais do que um jogo de cintura. Mas é um jogo que necessita de treino. Inteligência emocional, apesar dos atributos que lhes são adjacentes, que se “vendem” nas palestras, que se falam nos escritos, as mesmas não são de fácil conjugação. Não é num passo de mágica que mudamos ou alteramos conceitos.

Criamos inteligência emocional na base de dois fatores primordiais para a mesma e que determinam a tua pessoa. Crescimento e sofrimento. E aqui reside a escolha para a tua capacidade de sustentar a tua visão mediante as tormentas que passas. Inteligência emocional requer um jogo intenso de treino, entre a vida e a sua consequência. Tu podes escolher crescer mediante as intempéries da tua vida, ou tu podes simplesmente escolher sofrer. Tu podes escolher ficar no fundo do poço ou podes escolher subir a corda rumo à luz.

Já conheceram com certeza pessoas que só pensavam em ser famosos, em ter dinheiro, passar pelas menores dificuldades possíveis. Será entendível que nestes casos exista inteligência emocional? Não! O que existe é esperteza saloia. Que difere do conceito de ser inteligente, do conceito de entender, subscrever erros e alterar os caminhos de forma a que de futuro, possas ter o tal jogo de cintura que é adornado pela visão de sofrimento que tiveste e como a conseguiste ultrapassar.

Como podemos passar aos nossos filhos, capacidade de sofrimento, visão de crescimento, equilíbrio, se na verdade os tentamos demover dos sofrimentos que tivemos? Se os mesmos assistem a lutas de falos de poleiro, entre pai e mãe, se os mesmos, servem de linha de chantagem? Que importância tem a inteligência emocional numa criança? Nenhuma! E apenas porque a derivação de inteligência emocional tem outro nome, amor!

E não tem nenhuma porque a raiz da desordem entre famílias está desestruturada. Criamos ditadores, pregadores de ódios, seres medrosos, impacientes, tresloucados, desajeitados, desproporcionais para a vida que já de si, estando eles entregue a ela, é uma selva completa de criaturas ambulantes, vegetativas, criadores de sonhos para os que andam equilibrados, construtores de pesadelos para os que não cresceram de forma sustentada e equilibrada. Quando perguntam o que é a inteligência emocional e de que forma a mesma pode ser passada através do ADN da história , do sofrimento, do desequilíbrio, da força, da coragem, da insatisfação tida, mas não mantida, digo sempre: Treinem.

Treinem os erros, subscrevam o sofrimento, entendam os caminhos, percebam as limitações, encontrem a luz. Definam o conceito da vida como arma principal de mudança, de alteração. De vislumbre de capacidade de mudar a página. Para que quando os outros a possam abrir ela esteja sustentada por uma história de vida e não por uma história baseada na ocultação dos erros, da mentira, da tristeza, da chantagem ou do desequilíbrio.

Que mensagem pode um pai ou mãe passar sobre inteligência emocional se a desregulação patente nas suas vidas diz apenas respeito ao egoísmo tido como forma de ganhos para si mesmos?

Que criança cresce com o registo de felicidade sem comida na mesa? Que criança cresce com um sorriso nos lábios, com uma mãe ausente ou um pai distante? Que criança cresce perante o sofrimento se não lhes deram as armas para o seu crescimento? Que criança cresce sendo impulsionada apenas à escolha de uma profissão? Que criança cresce amedrontada perante o receio imposto pelos pais por aquilo que eles possam não ser? Que criança cresce emocionalmente forte e equilibrada quando é chantageada?

Que pais podem passar um registo de capacidade de emoções equilibradas e sustentadas? Aqueles que reconhecem o sofrimento, aqueles que levam os seus filhos a ver o mar, o bater das ondas, o escutar do som da fé, da coragem, aqueles que falam, explicam, debatem, ouvem, aconselham, produzem amor, distribuem amor. Aqueles que sofreram, que souberam sofrer em rios de lágrimas. Aqueles que pegaram na corda no fundo do poço e gritaram: Eu quero viver!! Aqueles que na falha de comida farta na mesa, pegaram num pedaço de pão e disseram: Que este pedaço seja parte da tua força.

Inteligência emocional é regulada pelos sofredores, pelos corajosos que de barcos carregados de promessas, chegaram a bom porto sozinhos. Inteligência emocional pertence aos que souberam treinar o sofrimento, aos que tanto choraram, aos que tanto pediram e não foram ouvidos. Aos que gritaram e não foram socorridos. Aos que souberam viver perante as maiores desgraças e ainda assim construíram. Inteligência emocional é o conceito dos que pegaram nos seus filhos e disseram: “Nada tenho a não ser o abraço que te dou”. O conceito de inteligência emocional reside naqueles que sabem chorar, sorrindo e não na desgraça daqueles que chorando, nunca souberam sorrir e que gritam sem se saberem ouvir.

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