Inimigo nº1: Ego

A pressa é inimiga da perfeição. Afinal, o Ego também. Consciência do ser humano e perceção do que cada um tem de si mesmo, o Ego aviva a arrogância e realça os defeitos num cenário de puro egocentrismo. Dividiu Freud o aparelho psíquico e assumiu que o Ego é condicionado pelos nossos desejos e moldado pelos juízos de valor do superego, coordenando a nossa personalidade, fortalecendo excessivamente a auto-estima e motivando um amor-próprio desmedido.

Imperativos e arrogantes, presunçosos e prepotentes são alguns dos adjetivos que definem quem tem excesso de Ego e que obriga os outros a aceitarem as suas posições como únicas e absolutas, apenas porque consideram tudo saber. E, regra não geral, mais superior o cargo, maior a sensação de poder do Ego, num sistema que vive de hierarquias e onde as reuniões de equipa passam por encontros de Egos em vez de pessoas. Cada um impõe a sua posição, autoafirmando-se e reclamando os direitos por ter feito, criado, implementado uma ideia, ou projecto. Acabam por ser reuniões competitivas, em vez de encontros produtivos.

A humildade entra como a mais poderosa e equilibrada ferramenta de controlo do Ego, conferindo a consciência de que “só sei que nada sei” – célebre paradoxo socrático – tem aqui um sentido absoluto. Há sempre quem acrescente alguma novidade, porque não há quem tenha certezas absolutas de tudo, antes sente confiança por determinados temas. O segredo não é subtrair sabedoria, mas antes somá-la, tendo em consideração o background de todos que vai permitir uma harmonia de relações e uma confluência de vários saberes.

O Ego tem de ser comandado e sempre que as pessoas ouvem, aprendem, entendem e respeitam estão a comandar o Ego, sendo, por isso, a melhor forma de alcançar o sucesso profissional e pessoal, aumentando a produtividade. WaynE W. Dyer, em 2008, escreveu os Sete Passos para Superar o Controlo do Ego, uma lista de sugestões que ajuda a identificar a falsa importância do Ego:

  • Não ficar ofendido – Não se deve procurar momentos para ficar ofendido, pois o comportamento dos outros nem sempre o justifica e apenas cria uma energia destrutiva;
  • Libertar a necessidade de vencer – O Ego diz que se deve sair como vencedores e perdedores e esta não deve ser uma visão radical, porque nem sempre o oposto de vencer é perder;
  • Evitar reagir como tendo sempre razão – Esta é uma fonte de conflitos;
  • Não se sentir superior – Deve tentar superar-se, mas não fazê-lo à custa dos outros;
  • Evitar ambicionar sempre mais – O poder da insatisfação conduz a um estado de esforço perpétuo em que nunca está saciado;
  • Desvalorizar as realizações – Quanto menos sentir necessidade de assumir o valor daquilo que obteve, mais livre se vai sentir para se realizar ainda mais;
  • Evitar sentir o peso da reputação – A reputação é vista pelos outros e, por isso, se nos sentirmos demasiado preocupados com a forma com que os outros nos veem vamos orientar-nos por essas considerações. Deve-se relativizar a opinião que os outros têm.
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