Muitos homens magoam as mulheres. Chamam-lhes nomes, inferiorizam-nas e reduzem o seu poder. Por que é que eles fazem isto? Que tipo de homens são estes? Por que é que determinados homens magoam as mulheres?
Estas são questões prementes que atravessam os tempos e desafiam a evolução das mentalidades. Embora a humanidade tenha conquistado avanços significativos, como o fortalecimento das democracias, a crescente liberdade individual e a inadiável emancipação feminina, a realidade mostra-nos que nada está totalmente consolidado. Por mais que existam legislações justas, debates sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, palestras, fóruns, movimentos e grupos de reflexão, as desigualdades e violências contra as mulheres ainda persistem de forma alarmante.
Não se trata apenas de homens que magoam mulheres com palavras ou atitudes. Muitos chegam ao extremo de lhes tirar a vida, deixando cicatrizes profundas nas famílias e roubando o futuro dos próprios filhos. Além disso, formas mais subtis e igualmente devastadoras de violência, como a psicológica e a digital, estão em ascensão. As redes sociais tornaram-se palco de perseguições, ataques misóginos e campanhas de ódio. Tais atitudes, na maioria das vezes impunes, perpetua a intimidação, o silenciamento e a humilhação.
O patriarcado tem raízes profundas na história, estruturando sociedades que colocaram os homens no centro do poder político, económico e social. Durante séculos, a ideia da superioridade masculina foi reforçada, enquanto as mulheres foram relegadas à submissão. Estas desigualdades históricas naturalizaram-se, tornando-se parte da cultura e influenciando as mentalidades até agora.
A falta de educação emocional também desempenha um papel significativo. Muitos homens crescem em ambientes que reprimem a expressão de emoções ou vulnerabilidades, associando-as a fraqueza. Nesse contexto, a agressividade e o controlo tornam-se ferramentas de compensação para as suas inseguranças. Homens que presenciam violência, seja física ou psicológica, durante a infância têm maior probabilidade de reproduzir esses comportamentos no futuro, replicando um ciclo destrutivo.
Nas redes sociais, formas modernas de violência emergem com intensidade preocupante. Grupos como os incels (celibatários involuntários) criaram ideologias que culpam as mulheres pelas suas frustrações pessoais, promovem discursos de ódio e, em alguns casos, ações violentas. Táticas como o doxxing, usadas para expor e intimidar mulheres com maior visibilidade pública, buscam silenciá-las e anular a sua presença no espaço digital. O impacto dessas práticas é devastador, especialmente em tempos em que a presença online é uma extensão da vida real.
A luta contra a violência de género exige oposição lógica às suas raízes históricas e culturais, além de um compromisso coletivo para construir uma sociedade mais justa. Homens machistas, inseguros e narcisistas podem ser potenciais agressores, mas isso não é uma fatalidade. A educação, consciencialização e responsabilização, são pontos essenciais de viragem face às desigualdades na teoria e na prática.
Nota: Artigo escrito com o Novo Acordo Ortográfico.
É verdade a insegurança do homem manifesta-se na violência física e psicológica, a maior parte das vezes. E não só. A insegurança, a educação e todo um historial de machismo é narcisismo.