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Futebol Feminino vs Sociedade

Será que estes 23 nomes vos dizem alguma coisa?

Patrícia Morais, Rute Costa, Inês Pereira, Carole Costa, Sílvia Rebelo, Diana Gomes, Ana Seiça, Catarina Amado, Lúcia Alves, Joana Marchão, Dolores Silva, Fátima Pinto, Tatiana Pinto, Andreia Jacinto, Andreia Norton,  Francisca (Kika) Nazareth, Ana Rute, Ana Borges, Ana Capeta, Carolina Mendes, Telma Encarnação, Jéssica Silva e Diana Silva.

Isso mesmo são as nossas enormes Navegadoras.

E hoje venho falar destas miúdas que no dia 22 de fevereiro de 2023 fizeram história e encheram os nossos corações de alegria ao ficarem apuradas pela primeira vez para competirem no Mundial de Futebol Feminino, que se realizou entre os dias 20 de julho e 20 de agosto deste ano (2023).

Todas elas têm histórias de vida diferentes, mas hoje venho falar do muito ou pouco apoio que estas Grandes Mulheres têm por parte do público e até mesmo por parte da comunicação social.

Certo dia tive o gosto de conhecer pessoalmente a grande jogadora Carolina Mendes (e quando digo grande também me refiro à altura. Ou serei eu demasiado baixa com o meu 1,52m?. Sim e as primeiras palavras que lhe dirigi foram mesmo “és tão alta”. Apenas eu sendo eu!)

Contudo, antes comecemos com um pouco de história, que apesar de ser uma modalidade de desporto que se joga a nível mundial, a sua história é muito escassa.

Há um ditado que diz “quando o sol nasce, nasce para todos”, mas não em todos os campos.

As competições de futebol feminino tiveram início lá no ano de 1894, sou seja há 129 anos, pelos pés da ativista britânica, Nettie Honeyball, quando resolveu fundar o primeiro clube do futebol feminino, o British Ladies’ Football Club.

Nettie Honeyball, ativista britânica, fundadora do primeiro clube do futebol feminino, o British Ladies’ Football Club.

Treinavam duas vezes por semana, num parque da cidade,  sendo o seu treinador John William Julian, ex-jogador do Tottenham Hotspur.

Após os primeiros jogos públicos e uns quantos artigos machistas por parte da impressa britânica, em 1902 a associação de futebol britânica decidiu proibir a participação de equipas femininas nas competições. Esta proibição durou até 1971.

Em Portugal, as primeiras notícias sobre participações femininas no futebol começam no mês de março de 1935. Porém, somente em 1981 se estabeleceu a Seleção de Feminina de Futebol e começamos logo com um jogo amigável contra a França em Le Mans.

Nesse ano as jogadoras pioneiras escolhidas foram: Alice, Paula Freitas, Tato, Eva, São, Tisa , Fátima Azevedo, Alfredina, Paula Leça , Isabel Santos, Sílvia, Gena, Albertina, Emília Coelho, Olívia e Cidália.

A primeira vitória de Portugal foi no ano de 1983, contra a Espanha e com um golo de Tato, tendo sido o primeiro golo da nossa seleção.

Como aconteceu com as britânicas, também a nossa seleção teve a sua interrupção que foi de 1984 a 1993.

Tendo Carlos Queirós (o então selecionador da seleção nacional masculina) sugerido reerguer a seleção de futebol feminina e convidado António Simões a orientar a nova fase das miúdas que então iriam integrar a equipa.

A partir dessa altura houve derrotas, vitórias, lágrimas e sorrisos, mas a prova maior é o apoio ou a falta dele que as nossas Enormes Navegadoras têm.

Pedi à Carolina Mendes para me dar a humilde e sincera opinião dela como jogadora sobre o apoio do público e aqui deixo as suas palavras.

“Em relação ao apoio que recebemos no Mundial, enquanto jogadora de futebol foi claramente o décimo segundo jogador… sentimos este apoio como se em Portugal estivéssemos a jogar! Incrível como do outro lado do Mundo, com um fuso horário gigante, os Portugueses fizeram com que isso não existisse e que fizeram com que nós, o sentíssemos dentro de campo!

Fora de época do mundial sentimos também apoio, mas foi durante o mundial que o sentimos mais!”

Palavras exclusivas de Carolina Mendes, jogadora de futebol feminino do Sporting Club de Braga e uma das nossas Navegadoras ao Repórter Sombra.

Quanto ao apoio, estas miúdas merecem muito mais do que o que recebem.

Durante o Mundial consegui assistir a todos os jogos das nossas Navegadoras e foram “grandes, gigantes com dez metros de altura.”

A questão que deixo no ar é “se os bilhetes para assistir aos jogos de futebol das equipas de futebol feminina não fossem gratuitos ou de preço reduzido, será que tinham tantos espectadores?”

E porque é que somente depois da participação no Mundial de Futebol Feminino é que começaram a ser transmitidos jogos pelos canais de televisão abertos (e não me refiro aos canais de televisão inseridos em grelhas de canais de tv por cabo ou fibra)?

Gostaria de deixar todos os anúncios alusivos à Seleção Nacional de Futebol Feminino, mas apenas deixo o que serviu de uma espécie de hino da participação das Navegadoras no Mundial Feminino de Futebol 2023.

É com lágrimas nos olhos que vejo sempre este anúncio e digo “É UMA MENINA!”

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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