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Europa naufragada

A última vez que a Europa esteve perante a uma crise deste género foi no fim da II Guerra Mundial. Naquela altura eram os europeus que fugiam do continente. Agora são as pessoas do norte de África e do Médio Oriente que necessitam de ajuda.

Que o mundo está dividido em dois lados toda a gente sabe. No lado Ocidental temos os países ricos e desenvolvidos onde tudo (nem sempre) são rosas. No outro lado temos o Oriente mágico e enigmático. Que sempre houve conflitos, toda a gente sabe mas a situação muda quando temos o problema às “nossas portas”.

Quando falamos nas “portas” da Europa referimo-nos a países como a Grécia (tão afectada pela crise económica eAR_europanaufragada_3 politica, já que o governo Syriza caiu por iniciativa do seu próprio Primeiro-Ministro. Um terço das pessoas que chegam a este país, especialmente à ilha de Koos, são mulheres e crianças), a Itália (as ilhas do Mediterrâneo não servem só para fazer férias maravilhosas com os pés na areia branca e os corpos a serem banhados pelo mare nostrum, como lhe chamavam os Romanos. Todos os dias milhares de refugiados são resgatados pela marinha mediterrânea e levados para a ilha de Lampedusa),a Turquia. Não são só os europeus que querem lutar pelo Estado Islâmico que utilizam o estreito do Bósforo. Milhares de sírios, iraquianos e mesmo paquistaneses chegam a este local com o objectivo de alcançar os países do Norte da Europa ou mesmo irem para outros continentes.

A Espanha é outro dos países afectados pela onda de migrantes. Afinal este país tem possessões no norte de África ( Ceuta e Melilla). Por este país entram os marroquinos que querem alcançar a Europa. Só que o muro que divide Espanha e Marrocos já não é um sítio muito desejável.

Era este o objectivo da família do menino sírio que morreu afogado nas costas da Turquia e que as imagens estão a correr mundo. Os países mais apetecíveis são a Alemanha, Áustria e a Suécia. Na Alemanha um gesto de uma equipa de futebol deve ser relevado. O Bayer de Munique vai contribuir com um milhão de euros na ajuda dos refugiados, já se disponibilizou para receber jovens e crianças num dos seus complexos de treinos e no próximo jogo os jogadores entraram de mão dada com crianças alemãs e refugiadas que todos os dias chegam a esta cidade alemã.

AR_europanaufragada_2A operação Tritão envolve a marinha e navios mercantes de vários países europeus e tem como objectivo identificar e salvar embarcações lotadas onde vão os refugiados. Em terra firme a situação não é tão organizada. Enquanto na Hungria o primeiro- ministro Orban chegou já a declarar que se deveria abolir o espaço Schegen para melhor “salvaguardar as raízes cristãs da Europa” e constroem-se muros com protecções de arame farpado. Na Croácia as pessoas são marcadas com canetas de tinta permanente ao “melhor” estilo das SS que marcavam os Judeus com tatuagens ou a estrela de David. Na França, em Calais milhares de refugiados dormem numa autêntica vila de cartão com o único objectivo de atravessarem o Euro-túnel em direcção ao Reino Unido.

O Reino pode ser Unido mas a Europa… nem tanto. Jean- Claude Juncker pretende aumentar a quota de emigrantes que a Europa pode receber para um total de 160 mil pessoas. A italiana Federica Moderini apresentou uma proposta semelhante no início do Verão mas foi chumbada pelos líderes dos 28 estados-membros.

O governo português já veio a público dizer que pode receber mais pessoas do que as mil e 500 iniciais. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já se ofereceu para acolher 350 pessoas.

Mesmo com o reforço nas fronteiras, a astucia humana fez com que se procurasse outros caminhos. Muitas redes de tráfico já estão montadas. A polícia austríaca, em conjunto com a húngara, já deteve quatro pessoas alegadamente envolvidas no caso da carrinha que foi encontrada numa auto-estrada daquele país do centro da Europa (proveniente da Hungria) com 71 cadáveres.

Muitos refugiados sírios têm entrado de bicicleta na Europa através do Árctico. Esta região costuma alcançar os 15º negativos. A fronteira referida liga a Rússia à Noruega. Cento e cinquenta pessoas já realizaram esta travessia. Muitos migrantes já viviam na Rússia mas outros fizeram a viagem desde do Médio Oriente até Moscovo viajando depois até Murmansk para depois chegarem a Kirkenes.

Cerca de 1.800 pessoas morreram ou estão desaparecidas por causa destas travessias.

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