Também conhecidos como Geração Y, millennials são indivíduos nascidos entre 1980 e 2000, são jovens que cresceram num ambiente volátil, de avanços tecnológicos acelerados, em que artigos ficam obsoletos no espaço de dias, e com acesso a uma quantidade antes inimaginável de informação e conhecimento. Ao contrário dos seus progenitores, que nasceram antes do aparecimento de todo este avanço.
Eu, como millennial de 1992, tive a sorte ou o azar (as opiniões dividem-se), de não ter sido criada entre computadores e consolas, mas sim, a correr atras de patos e galinhas. Coisa que, ainda hoje faço, se me deixarem. Então, a minha fase realmente millennial só começou já na adolescência. Já os meus semelhantes, foram a primeira geração com os computadores de crianças, os telemóveis e registadoras, entre outros, em quase tudo semelhantes aos aparelhos reais. Crescemos com versões infantis do que ia ser a nossa vida adulta.
Pessoalmente, além de correr atras de patos, a minha educação escolar incluiu um fator ausente nas gerações anteriores. Algo que hoje em dia faz parte de todos os planos escolares. A educação para a conservação do planeta. Todos os professores começaram a implantar este tema nas aulas, dando especial atenção à reciclagem.
E lá foi a Mini-Eu ensinar à família o sistema de cores e o que ia para cada ecoponto. Para mim, foi a primeira vez que reconheci que aquilo que eu estava a aprender, era diferente do que a minha mãe tinha aprendido anos antes, quando estava no meu lugar.
Ao longo destas duas décadas, vimos a forma como a tecnologia mudou o mundo e os nossos costumes. Lidamos com elementos vitais da nossa vida de forma completamente diferente do que se fazia há 30 anos atrás. Então, o que nos fascina?
Visto que já temos tantas mudanças e já estamos habituados à mudança e inovação constantes, viramo-nos para o extraordinário e que consegue sempre surpreender. A ciência.
Ao contrário de antigamente, a mentalidade já não é a de “já inventaram tudo”, mas sim “qual será a próxima?”. Admitimos sem medos que o universo é imensamente vasto e que em comparação ao que nos rodeia, somos seres pequenos e frágeis. Não temos medo de castigos divinos, mas sim do aquecimento global.
Alem disso, é cada vez mais comum a frequência universitária. Que durante a sua passagem na vida de cada estudante, estimula o nosso intelecto como nunca antes, escancarando as portas para um novo mundo repleto de informação, fidedigna e elaborada de forma a elevar todo o nosso potencial intelectual. Com esta situação, os profissionais das ciências e tecnologias viram uma oportunidade de demonstrar os seus trabalhos a um publico mais recetivo e com maior capacidade de assimilar o que lhes é explicado.
O alcance geral desta geração é tal forma esmagador que os millennials têm uma necessidade maior de coisas que transcendem limites e ideologias antigas. A ciência tornou-se uma linguagem universal, uma forma de informação que está disponível quase instantaneamente e pode ser partilhada entre pessoas que não têm mais nada em comum. O crescimento da utilização de redes sociais facilitou também a partilha de informação. Basta um site ter um determinado artigo, para este ser partilhado milhares de vezes, enquanto que antigamente seria facilmente esquecida numa estante.
Visto que estamos perante uma geração jovem, que ainda mal iniciou a sua vida, não se pode dizer para já, quais serão os efeitos desta mudança radical de ideologia e de interesses entre gerações. O futuro é algo incerto para nós e teremos que nos adaptar e superar os obstáculos que se vão apresentando. E tenho fé que todo o nosso fascínio pela ciência, nos vai trazer muitas respostas.