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Entre a Música e as Finanças

João Garcia Barreto tem feito da sua vida um caminho para as suas paixões, unindo a Gestão e as Finanças com a Música, o compositor vem agora mostrar os poemas que escreveu, acreditando que vale a pena investir em si mesmo. Falou-nos de “Refúgio” e como é que ao longo da sua vida cresceu musicalmente e como é viver em comunhão com duas áreas tão diferentes quanto semelhantes. Como artista revelou-nos o quanto se cresce ao investir no estudo de vários instrumentos, nos projectos em que trabalha e quem são as suas maiores influências.

Antes de mais, porquê o salto da Gestão e Finanças para a música?

Não houve salto. Aglutino as duas actividades. No entanto, o meu recente álbum, “Refúgio”, traduziu-se num investimento que fiz nas áreas artísticas, onde desenvolvi as minhas capacidades criativas, a Música e a Poesia. Decidi investir nas canções que tinha escrito desde 2002. Quando temos o sonho na mão, devemos realizá-lo, porque é a melhor forma de saber realmente o que é a felicidade em nós. Não sei se o “Refúgio” terá muitos ouvintes, mas sinto-me realizado. “Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, diria Fernando Pessoa na sua “Mensagem”. Sabe tão bem investir em nós próprios, não é?

Ainda te sentes ligado àquilo que estudaste?

Sem dúvida. Sou, actualmente, gestor financeiro de uma empresa e perito avaliador de imóveis. A partir de hoje (por coincidência), vou gerir, em conjunto com outros intervenientes, um grupo de teatro com a minha idade (33 anos), Teatro Passagem de Nível, associado à Federação Portuguesa de Teatro.

E, respondendo melhor à tua questão, deixa-me dizer-te que partilho a gestão com a música ou vice-versa. O “Refúgio” é a prova cabal da mesma relação. Não consigo fazer música sem a outra actividade. A gestão lega-me teor para o que escrevo e as canções fortalecem-se e tornam-se profícuas. As canções são criadas para as pessoas como a gestão é concebida para a sociedade ou empresa que são precisamente compostas por pessoas unidas para um certo e determinado fim.

Com um currículo tão vasto em vários instrumentos, qual é o teu preferido? Qual foi aquele que te enriqueceu e te fez crescer mais?

Os instrumentos de sopro (trompete, trompa e fliscorne) fizeram parte da minha formação inicial. Fiz 100 lições de solfejo antes de conhecer os referidos instrumentos. Hoje, conheço só a sua técnica e deixei a sua prática. Abracei o piano e o órgão electrónico aos 12 anos. Estudei em escolas privadas, onde desenvolvi a técnica. Tornei-me, depois, auto-didacta. À tua outra questão, devo dizer-te que o piano é o meu fiel camarada na criação das canções, juntando-se, uma ou outra vez, a guitarra.

Achas que o facto de teres aprendido vários instrumentos enriquece as tuas composições e projectos enquanto músico?

Sim. Pelo menos, legaram um conhecimento musical mais amplo e a técnica de cada instrumento é relevante para a composição de um arranjo musical de uma canção, mas, conforme referi na questão anterior, o piano foi sempre o instrumento usado na criação da base dos temas (melodia e harmonia).

Soube que já trabalhaste com grandes músicos da nossa praça, qual deles é o teu preferido? Com qual te deu mais gozo trabalhar?

Actualmente, sou músico do projecto a solo do guitarrista Filipe Mendes, mais conhecido por Phil Mendrix. No seu 50.º aniversário de carreira, tive o privilégio de partilhar o palco com vários músicos e autores, nomeadamente o Jorge Palma, Manuel João Vieira, Gimba, Tomás Pimentel, entre outros. Com o Jorge, protagonizámos um momento de improviso no teclado que podes ver na minha página do Facebook. Partilhei, ainda, o palco com o Jorge numa actuação do nosso amigo Pedro Branco, poeta e compositor, filho de José Mário Branco.

Gravei uma canção com o Luís Represas, a qual não foi incluída no “Refúgio”, já que não se enquadrava no registo das canções que compõem o trabalho. No entanto, será, decerto, aproveitada em tempo oportuno.

Em suma, o Jorge Palma, Pedro Abrunhosa, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, José Mário Branco, João Gil (complementado pela mestria do João Monge), Fausto Bordalo Dias e Rui Veloso (completado pela genialidade do Carlos Tê) são as minhas grandes influências da música portuguesa. Como referências da música estrangeira, destaco o John Mayer, Bruce Springsteen, Paul Simon, Leonard Cohen, Lou Reed, Tom Waits, Roger Waters/David Guilmour e Sting.

Sendo autodidacta sentes que te adaptas facilmente aos vários estilos/géneros que te pedem?

Sem dúvida. Quando senti a necessidade de aprender algo mais, estava demasiado preso no estilo clássico (Bach, Mozart, Beethoven, etc). Como apreciava e aprecio imenso o Jazz e o Blues, fui auto-didacta na aprendizagem de novas técnicas de piano (escalas e harmonia). Hoje, pratico ainda amiúde. Sem prática, não sentimos a evolução. Com o Phil, o gosto pelo improviso desenvolveu-se mais e dilatou-se. O improviso é assaz relevante para arquitectar a melodia e a harmonia de uma canção.

No entanto, qual é o teu estilo/género preferido?

Embora goste de criar canções numa linguagem mais Pop, os meus estilos preferidos são o Jazz e o Blues.

Depois de participações noutros projectos, porquê um a solo e com nome próprio?

Apesar de tocar com o Phil, eu já era autor e, conforme anteriormente referi, decidi abraçar o projecto composto pelas canções que tinha escrito até ao momento que gravei. Poderia ter escolhido um alter-ego como outros autores fizeram, mas optei por avançar com o projecto em nome próprio, já que o “Refúgio” é composto por temas que são aquilo que sou.

Onde te podemos ouvir e ver actuar?

Para já, poderão escutar-me nas plataformas web (iTunes, Spotify, Deezer, MEO Music, Rdio, XboxMusic, etc). No dia 2 de Maio, actuarei a solo na Amadora, onde tocarei todos os temas incluídos no “Refúgio”.

Que projectos tens para o futuro?

Produção de um álbum de poemas de outros autores, musicados por mim, de um álbum de canções infantis e outro álbum com mesmo registo do “Refúgio”.

Uma mensagem para as novas bandas que surgem agora no nosso país.

Deixo uma mensagem em três palavras: persistência, criatividade e utopia.

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