Se deixarmos de olhar tanto para o nosso próprio umbigo e nos dermos ao trabalho de ser um pouco mais observadores, conseguiremos perceber um pouco melhor tudo o que nos rodeia. Há pessoas que levam tudo demasiado a sério e outras que passam ao lado de tudo.
Há aqueles que seguem as tradições à risca e outros que nem sabem a data do aniversário dos próprios pais.
Há aqueles que fazem a vida acontecer e aqueles que esperam que algo aconteça.
Nada melhor que uma data “especial” para percebermos quem é quem.
Quarta-feira, 01 de Novembro de 2023, feriado, dia de Todos os Santos. O tempo não convida a grandes passeios. Pelo menos aqui pelo Norte. Está em regime de aguaceiros o que fez com que esfriasse abrupta e repentinamente, ou seja, o tempo ideal para se ficar em casa.
Porém, não iria parecer nada bem fazê-lo, não é verdade? O que diriam os familiares e vizinhos se não fossemos ao cemitério? E se é para se fazer, mais vale ser hoje porque amanhã, no verdadeiro dia dos finados ou fiéis defuntos, não dá muito jeito já que é dia de trabalho.
Temos, então, de um lado, os que se juntam ao rebanho, e saem sem vontade, enfrentam trânsito, problemas de estacionamento, ajudar a economia local ao comprar flores e velas, mas daquelas a pilhas para preservar o meio ambiente.
Tudo para “inglês ver”, uma vez que no resto do ano ninguém se lembra dos seus entes queridos. Ups… afinal não é falta de lembrança, é falta de tempo e de oportunidade… “Whatever”, como dizem os jovens enquanto reviram os olhos.
Do outro lado, estão aqueles que nem se lembraram da mudança da hora, nem sabem que iniciou um novo mês. Por serem distraídos? Poderá ser, mas também porque vivem a vida à sua maneira, desligados de tudo, e não só do calendário ou do relógio mas também dos sentimentos e da preocupação para com o próximo. Neste tipo de pessoas, a falta de empatia consegue ser patente e latente simultaneamente, e estas datas e tudo o que lhes é inerente, não tem o mínimo valor ou importância.
Na verdade, nada importa, nem neste dia nem noutros dias, desde que a vida siga o rumo que eles estipularam.
O difícil de atingir na vida, em qualquer das suas vertentes, é o equilíbrio.
Seria tão melhor fazermos o que a nossa consciência nos dita, sem receio de de sermos apontados, catalogados ou menosprezados, porém, tendo sempre o cuidado de respeitar e de nos sabermos colocar no lugar do outro dando espaço à empatia.
Mais importante do que o que os outros veem e o que é feito com o intuito de ser visto, é o que se faz em consciência e com sentimento, mesmo que ninguém veja, incluindo a recordação constante, ainda que sem flores e sem velas, de quem já partiu mas que continua vivo na nossa memória e nos nossos corações.