+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

Documentários da Vida Real

Quis o acaso que o primeiro filme a ver após instalar o Stremio fosse Three Identical Strangers, um documentário produzido pela CNN em 2018. Três gémeos, separados à nascença para adopção, cruzam-se aos dezoito anos entre os acasos da vida.

Desengane-se quem crê que revelei o que não devia pois destapei apenas a ponta de uma história que me fez trocar o sono pela escrita destas impressões enquanto ainda estavam frescas.

Há muito que sou fã de cinema documental e este filme, se bem que não forme novidade a técnica de revelação dos acontecimentos, é um exemplo na arte de contar uma história. A elegância com que ela vai sendo revelada ao longo da hora e meia de filme deixou-me pregado ao sofá, enquanto a complexidade de um enredo inacreditável se ia desenrolando.

A Psicologia, quando bem explorada, é uma área que desperta o meu interesse. Este filme também condiz com os amantes da Psicologia e suscita, uma vez mais, a eterna questão acerca do que influi mais no comportamento humano: se a genética, se o meio?

Quando uma história tem tanta força, tantas dimensões e levanta tantas questões, facilita o trabalho a quem está incumbido de pegar no material e dar-lhe uma forma interessante, no entanto, o profissionalismo de quem tratou o texto e a construção do enredo, mantendo-se fiel à verdade dos factos e à arte, deve ser aplaudido.

O pequeno Zachary com os avós paternos

O filme conduziu-me até um outro que vi há uns seis ou sete anos e que creio ter sido a obra que mais me chocou (não apenas entre documentários mas de todos os filmes que vi): Dear Zachary: A Letter to a Son About His Father. Uma vez mais, revelar demasiado acerca desta obra tão poderosa configura um crime por si só, mas posso avançar que o filme nasceu da vontade de Kurt Kuenne documentar a vida do amigo, Andrew Bagby, assassinado pela namorada Shirley Jane Turner depois de esta não aceitar o fim da relação. Após ser presa, Shirley anunciou estar grávida de Andrew e foi essa a ironia do destino que levou Kuenne a querer apresentar ao pequeno Zachary, o pai que ele nunca viria a conhecer.

A partir daqui, tenho que me afastar do enredo. O filme mostra como o ódio e o amor se entrelaçam de um jeito que me levam a utilizar o termo “irónico” com séria reserva pois a leveza que a ironia aporta a qualquer descrição é incompatível com a força avassaladora deste filme.

É uma verdade la palice constatar que tudo parte da realidade, mas estes dois filmes mostram como a vida real consegue ser mais inverosímil, fantástica, incrível, surpreendente, chocante e bela do que a esmagadora maioria das obras de ficção. Somos convidados a mergulhar nos imponderáveis destas vidas e nas consequências inimagináveis que as imortalizaram sem estarmos preparados para tal. Depois de ver estes filmes, dificilmente “saímos ilesos”.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

És um Millenial?

Next Post

Quando estamos pandémicos, todas as canções são sobre vírus

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

King Richard

Richard Williams (Will Smith) tem o que sempre quis, ser o protagonista. Neste caso, é protagonista de mais um…