Descobri o segredo da Ana Moura!

Não, não se trata de nenhuma publicidade a qualquer cosmético ou marca de beleza da nossa praça.

Descobri mesmo sem me ter apercebido antes, porque é que a Ana (sim a Moura – nome que fica apenas para a conseguirmos distinguir das outras Ana´s todas, é que ela é mesmo bonita.

Sou uma confessa adepta de ditados populares, e poderia aplicar facilmente um a este caso “o bonito por dentro vê-se por fora “, é mesmo por isso que a Ana é uma mulher tão bonita.

Esta, a Ana Claudia Moura Pereira, natural de Coruche registada em Santarém , já considerada uma das fadistas mais bem sucedias a iniciar carreira no seculos XXI , já vendeu mais de um milhão de discos em todo o mundo e já deu concertos nos quatro cantos do mundo.

Isto faz dela uma grande artista, que consegue com um cunho de grandiosidade, mas não só por isso nem pelos seus lindos e sedosos cabelos pretos longos e a face magra e delicada e corpo esguio, esta Ana é mesmo bonita por esta “estranha forma de vida” como diria a nossa querida Amália.
Pode ler-se no site da Ana que a artista canta “porque é isso que me faz viver mas faço-o sempre numa partilha com quem me ouve”. E isto é ela mesma.

Muita tinta correu desde que a Ana, começou a cantar no Senhor Vinho, ainda adolescente nunca mais parou, e é com a convicção que a mesma afirmou numa entrevista “Eu não me arrependo de nada, porque foi o que me permitiu chegar aqui.”

Depois de várias entrevistas, que li e ouvi sobre e pela boca da própria Ana, percebi mesmo porque é que ela bonita e vou contar tudo. Podia fazer-vos mais um resumo de todo o seu trabalho desde o primeiro álbum em 2003, “Guarda-me a Vida na Mão”, seguido por “Aconteceu”, “Para além da Saudade”, “Leva-me aos fados”, “Desfado”, “Moura”, em 2015, e, por fim, como grito de Ipiranga, este “Casa Guilhermina”. Não desfazendo de nenhum dos outros , este sim é a Ana , a Ana Moura.

Sem qualquer desprimor para a sua ex-editora, produtores etc. que todo o mérito merecem, mas este sim é a Ana Moura, com toda a voz, alma e Fado , sim desengane-se quem prefere dizer que a Ana deixou o fado , que a Ana deixou de ser fadista , porque não há verdade maior do que quem nasce fadista será fadista para sempre.

Alguém já parou para pensar na mulher corajosa, que ousa ser ela, que ousa romper estereótipos, romper barreiras, desafiar o Mundo, “apenas” para ser ela própria? Esta é a Ana, a Moura para “nós” que nos limitamos a ouvir e apreciar a música dela, com aquela voz de quem nos rasga os ouvidos e nos entra no peito.

Esta Ana, foi a que depois de muitos anos a escolherem por ela, a decidirem o melhor para ela, formatada por uma indústria poderosa e implacável, decidiu ser ela própria e cantar o que lhe vai no coração e na alma (a de fadista , a que todos os sons que a musica tem que embala o coração e encanta a alma). Não, a Ana não se perdeu, a Ana encontrou-se. Como a própria afirmou, “e sentir-me livre para fazer as minhas próprias escolhas. Isso para mim é que é ser bem-sucedida.”

Esta Ana ousou, e conseguiu este seu último disco – Casa Guilhermina – é o nome da sua casa, da sua alma e em jeito de homenagem à grande mulher que afirma ter sido a sua Avó, álbum lançado em 2022 com uma produção independente, sem amarras, toda ela.

Foi capaz, com a sua voz, mas muito também pela sua bravura, fazer uma revolução nos seus sons, na sua musica, produzir e lançar um álbum com influência de vários ritmos: angolanos como o semba, quizomba, fado, fandango , ritmos minhotos entre outros.

Para os mais céticos , preconceituosos , e críticos que preferem dizer que a Ana , a Moura se perdeu , que se perdeu uma fadista , mas não podiam estar mais errados , o fado está lá mas não está sozinho , e que mal tem isso ? só alguém grandiosamente bonito consegue com o mesmo timbre o mesmo dom , dar voz , corpo e alma a todos sons , ritmos diferentes, a Ana , a Moura , não é “só” fadista , é uma cantora.

Nem Miguel Esteves Cardoso certamente retiraria uma vírgula na sua afirmação sobre a cantora: “Não é de Lisboa – É Lisboa. Não é Fadista – É o Fado.”

Uma imersão nela própria, um momento chave no qual se sentiu profundamente infeliz e fez o que todos deviam fazer – ouvir o seu coração – ela teve essa coragem, de ouvir e sentir que apesar de fazer o “suposto” não era feliz, e teve coragem de arriscar! Sentia-se triste e vazia como a própria não se coibiu de afirmar mais do que uma vez, e sem qualquer pudor disse a quem quis ouvir “Sou frágil não sou fraca.”. Que grande mulher esta, influenciada pela sua essência, com uma influência natural da sua avó Guilhermina, e da sua mãe com origem angolana.

E que bem resultou, Ana Moura conquista melhor álbum e galardão da crítica nos prémios da música Play , conquistou o título de melhor álbum do ano, com o disco Casa Guilhermina, o prémio da crítica e o de melhor artista feminina na quinta edição dos prémios da música portuguesa Play.

Esta Casa – a Guilhermina – é um reflexo de Portugal, plural sem vergonha das suas raízes, com orgulho das suas ligações e influências passadas, alma forte e com garra como o sangue que lhes corre nas veias.

A Ana é uma artista do Mundo, com Mundo, e superou o teste com distinção das grandes Mulheres que não tem medo de arriscar, de dar a mão ao jovem produtor Pedro da Linha, bem como aliar o amor à música como fez com Pedro Marrafa.

É mesmo por tudo isto que a Ana, a Moura é uma mulher tão bonita, porque é uma mulher forte corajosa e com alma, com alma de fado e não só voz, porque ousou crescer, dar um passo sem rede e fazer o que a faz feliz.

“Nossa Senhora das Dores
Dai aos fadistas, amores
E ao fado, divina sorte”

Que bom poder partilhar porque é que a Ana Moura é tão bonita, gosto de escrever, mas gosto mais ainda de escrever sobre Mulheres, principalmente sobre estas, as bonitas.

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