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(Des) União Europeia

Nas últimas semanas, o excedente corrente da Alemanha tem sido o tópico que mais tem dominado o espaço europeu. Numa lógica europeísta, a actuação de todos os estados-membros deve ser orientada para o bem comum e para o fortalecimento da Zona Euro. Porém, a realidade é outra e a disparidade entre os países excedentários e os países deficitários, na sua maioria os países da periferia, é cada vez maior sendo os custos suportados pelos países deficitários.

De acordo com o relatório do Tesouro norte-americano, desde 2004 que a Alemanha apresenta excedentes correntes elevados, indicador que pode desequilibrar a economia europeia no seu conjunto. “O ritmo anémico do crescimento da procura doméstica alemã e a sua dependência das exportações prejudicou o reequilíbrio numa altura em que outros países do euro estão sob enorme pressão para reduzir a procura e contrair as importações”.

Mário Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE) declarou que “nestas discussões sobre o que a Alemanha deveria ou não fazer, uma coisa ficou clara: não se pode fazer o débil mais forte debilitando o mais forte”. Para o representante do BCE, o comportamento da economia alemã tem sido benéfica para “todos os países europeus”, sendo referida como um exemplo a seguir no que toca à rentabilização de sector externo competitivo.

Desunião EuropeiaPara examinar esta situação, a Comissão Europeia já fez saber que irá fazer uma análise profunda à economia alemã para definir se este indicador tem influenciado negativamente a economia europeia. Esta atitude do organismo europeu vai ao encontro das regras, instauradas há dois anos, em que qualquer eventual “desequilíbrio macroeconómico” deve ser acompanhado pela Comissão de forma a evitar uma nova crise na Zona Euro. Além da Alemanha, mais 13 países estão sob a óptica da Comissão Europeia e nestas listas constam mais quatro grandes economias: a França, a Espanha, a Itália e a Holanda.

Até agora, as maiores economias europeias têm feito uma pressão enorme sobre os países mais fragilizados, naquilo que alguns argumentam que se tornou numa guerra económica dentro do bloco. Esta análise, levada a cabo pela Comissão, aos países mais fortes da Zona Euro muda, pela primeira vez, o foco revelando que se alguns estados apresentam um défice, os excedentários são os mais favorecidos nesse desequilíbrio.

Neste jogo de procura interna e externa, a realidade mostra que a solidariedade e cooperação entre estados-membros não tem sido o princípio a orientar a balança comercial, com as economias mais fortes a saírem, quase sempre, beneficiadas. Deste modo, o lema de “igualdade na diversidade” que orienta o projecto europeu parece involuntariamente esbarrar nestes “excedentes correntes” quando de economia se fala.

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