Um estudo recente apontou que pessoas de classe social mais alta pensam exageradamente que são melhores que as outras. Esta questão é interessante, pois sugere que a irracionalidade do “estatuto” moral, cívico, social, interpessoal influencia a percepção que temos de nós mesmos – e do nosso mundo interior e, sobretudo, exterior. Afecta a nossa realidade, dá cabo da nossa imagem universal.
Concluiu-se, portanto, que o excesso de confiança nas pessoas de classe social mais alta tende a ser confundido com as suas verdadeiras capacidades. Desta forma e num mundo cada vez mais virado para o interior – e, portanto, para o egocentrismo humano e intelectual –, faz sentido “perdermos” algum tempo a pensar na forma volátil como o nosso entendimento muda, é incerto, criativo, incontrolável.
A imagem que temos de nós depende sempre da imagem que os outros têm do protagonista da nossa vida. Tudo depende de ti, do valor que dás às coisas – e a ti próprio, mais especificamente. Tudo começa e acaba em ti. Tudo nasce contigo, na tábua rasa que te acompanha, e que se vai transformando em algo mais.
Temos que aspirar ser melhores: não nos agarrarmos ao status, ao que as pessoas dizem de nós (a opinião dos outros não importa para a forma como te vês; isso é básico). Temos que ir mais além, temos que nos deixar de rodeios e meios termos e aceitar aquilo que somos. Na sua plenitude, no todo que é e será sempre maior que a soma das partes.
Afinal, como se conclui no artigo científico, um olhar rápido pela sociedade actual sugere que estamos longe de alcançar uma verdadeira meritocracia, entendida como a forma de liderança que se baseia no mérito, nas capacidades e nas realizações alcançadas, em detrimento da posição social: uma espécie de «utopia» que, esperamos nós, seja cada vez mais próxima de se realizar.