Crítica ao filme ‘Festival Rocky de Horror’

Brad e Janet, noivos, numa viagem de carro, vão ao encontro de ajuda num castelo, após o veículo ter ficado com um pneu furado. Porém, são obrigados a permanecer aí, depois de Frank-N-Furter os ter obrigado a observarem a sua mais recente obra: Rocky, um humano desenvolvido numa espécie de aquário. De seguida, surge Eddie, de quem uma parte do seu cérebro foi usada para a dita criação, que Frank mata, depois de descobrir o seu relacionamento com Carmona, uma das suas assistentes. Na tentativa de fugirem, Brad, Janet, Rocky e Dr. Scott, tio de Eddie, na sua procura, são apanhados e forçados a fazerem um show de cabaret, que termina mal com os seus dois principais assistentes a partirem para aquele planeta, que Frank dizia ter vindo – a Transsexual Transilvânia – e a assassinarem-no em conjunto com os restantes presentes.

O carácter disparatado deste filme é algo a destacar. Os shows que se vão realizando no seu decorrer representam um exemplo disso. O horror que se quer fazer sentir com este filme, não esqueçamos o seu título, chega quase a passar-nos ao lado, diga-se de passagem. Toda a extravagância seguida da musicalidade envolvente são aquelas que ainda conferem ânimo à acção. É também de realçar a impressão obtida por parte do espectador relativamente à coesão do enredo. O enredo tem coesão, se formos a analisar depois de ter sido visionado o filme, mas durante o dito visionamento os factos parecem ser independentes uns dos outros. Exemplificando: os sucessivos momentos musicais. Estes parecem não fazer muito sentido nas cenas em que se inserem. O seu encaixe não é, a meu ver, bem-sucedido, de forma directa e clara. O disparate frequentemente associado ao exagero coloca em desvantagem a interligação das cenas e o feeling horroroso que se pretende sentir, retirando pontos à qualidade do filme.

Contudo, como referi anteriormente, os momentos musicais são aqueles que, juntamente com a vertente extravagante, que conferem o referido ânimo à acção em análise. Frank com a sua vivacidade consegue proporcionar momentos particularmente cómicos e divertidos ao espectador. Todas as festividades e toda a música são sensacionais.

Além disso, a produção de Rocky pode ser considerada como um indício do avanço científico, já que falamos de um filme dos anos 70. Um aspecto bastante positivo e particularmente interessante. Algo que, na época indicada, certamente terá impressionado o público. Assim como a maquinaria do local, apesar de, muitas vezes, possivelmente, nos transportar até a um mundo menos real, mais imaginário, fictício.

Festival Rocky de Horror’ é detentor de momentos de pura animação. Em contrapartida, também é detentor de momentos disparatados, que, por vezes, nos levam a reflectir sobre o seu sentido.

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