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Como se ensina a gerir dinheiro?

Quer queiramos, quer não, o dinheiro (ou a falta dele) está sempre presente na maioria das nossas decisões. Se não dependêssemos de um ordenado, será que estaríamos onde estamos? Se não precisássemos de um salário para pagar despesas, será que teríamos a profissão que temos?

Quanto nos pagam, afinal, para desistir dos nossos sonhos?

Todas estas perguntas fazem sentido, mas, a realidade da maioria de nós é que teremos que aprender a gerir da melhor forma possível as nossas economias e tentar, dentro das possibilidades de cada um, ter uma vida porreira.

Como se ensina, portanto, a gerir dinheiro?

Desde que soube que estava grávida, que fazer um mealheiro para o bebé que aí vinha, se tornou imperativo. E assim foi. Parece que desta forma, cumprindo o ditado do “grão a grão enche a galinha o papo” o processo se torna mais fácil. E torna. No entanto, quando a minha filha tiver idade suficiente para perceber conceitos como poupança, dinheiro e gestão, será que vou conseguir transmitir-lhe, em concreto o que isso significa?

Julgo que teremos que funcionar por etapas e numa fase mais embrionária, ensinar-lhe a gestão do dinheiro através de uma semanada. Atribuir-lhe a responsabilidade de comprar as coisas do interesse dela, e/ou para ela, através deste dinheiro entregue semanalmente.

Obviamente que a não gestão do mesmo, inicialmente, será uma consequência do desconhecimento do valor real das coisas e de cada coisa, e nesse sentido julgo ser legítimo perdoar os gastos mal calculados, precisamente porque lhe falta estofo para esse mesmo cálculo. Ensinar, através da matemática e das contas de subtrair, explicando o valor de uma semanada e aquilo que esta consegue comprar, com exemplos práticos do valor de um pacote de bolachas, de um caderno ou de um brinquedo, por exemplo, deverá ajudar a criar um raciocínio mais lógico sobre o que é que cada euro consegue comprar.

Partindo do princípio que este primeiro teste corre bem, já será desculpável aplicar uma sanção ou castigo quando a semanada não chegar, efectivamente, para uma semana. Perdoem-me os menos apologistas da aplicação de castigos, mas parece-me que sem eles, não se consegue passar a mensagem pretendida, seja para este caso específico, ou qualquer outro. A questão dos castigos – que se pretende que ensinem alguma coisa – é saber aplicá-los. Ou seja, de que me servirá proibir a minha filha de ver televisão durante três dias por ter gasto o valor da semanada erradamente? Nada irá acrescentar ao facto de ela não ter sabido gerir o seu dinheiro. Os castigos só serão efectivos quando relacionados com o erro em si, deste modo, será mais objectivo não comprar mais nada durante essa semana ou não reforçar o valor da semanada, fazendo transparecer a consequência de o dinheiro ter sido mal gerido.

Numa segunda fase, o valor semanal atribuído, deverá passar a ser mensal. O facto de existir uma maior janela de tempo para que a gestão aconteça, exige uma maior determinação e equilíbrio entre aquilo que se recebe e aquilo que se gasta.

A terceira fase será, talvez, a mais exigente e controversa. Com idade suficiente – entenda-se para legalmente puder ter um contrato de trabalho – julgo ser de extrema importância os miúdos dos dias de hoje, trabalharem. Ninguém lhes pede que não terminem a escola, ou que trabalhem durante 8 horas, no Verão e prescindam das férias ou da praia. Tudo poderá acontecer com a estabilidade necessária para ser uma boa experiência, pois, por mais que tentemos explicar o valor das coisas e a gestão dos dinheiros, será sempre mais fácil e menos doloroso ter alguém a quem pedir.

Gostaria que a minha filha soubesse, com real consciência, o que são 1000€, o valor para tirar a carta de condução no Algarve. Gostaria que fosse ela a juntar o dinheiro para a pagar.

Porque não o tenho? Não. Porque ela não merece que a pague? Não.

Porque assim que ela juntar esse valor e me disser que o tem, eu vou dizer-lhe para o guardar ou gastá-lo como assim o entender, porque a carta será paga por mim através da poupança que fiz para ela desde que nasceu.

Nesta altura, ela já saberá quantos dias de trabalho custam 1000.00€, pois foi ela que se esforçou para os ganhar. E ainda que os gaste em coisas supérfluas ou de pouca importância para nós, será de extrema importância para ela ter essa liberdade e confiança por parte dos pais.

Iniciar um adolescente no mundo do trabalho só ajudará a perceber de forma real e directa o que significa ter o próprio dinheiro ajudará, de igual modo, a formar jovens orgulhosos das suas conquistas, passando a adultos responsáveis e financeiramente independentes.

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