Passamos a vida acampados em ideias e momentos que pensamos que vão durar para sempre. Somos aquelas miúdas que pensam que, quando tiverem 50 anos, ainda vão gostar do Justin Bieber.
Errar é humano… Ok, grande lengalenga cliché. Usar sentimentos e pessoas como âncoras emocionais… Ok, o amor é cego, surdo, mudo, inerte.
O ciúme vê tudo, ouve tudo e fala sobre tudo, é omnipresente e hiperactivo, no amor à primeira vista, ao primeiro clique, ao décimo quinto match.
Eu digo tudo o que penso, sou muito frontal. Ninguém diz tudo o que pensa e isso é um mito daqueles que só serve para tentar ganhar discussões, para cultivar um falso sentimento de orgulho.
Eu tento pensar em tudo o que digo. É o meu caminho para um altruísmo pensado e idealizado a partir do conhecimento do outro, porque existem valores que não se medem pela quantidade de palavras que se diz, nem por o tempo que se ouve passivamente, porque a paciência não é inercia nem hibernação.
Mercantilizar sentimentos em textos que servem para aumentar a produção de clichés manufacturados vazios, mas, pronto, a vida é assim.
Os Clichés ganham eleições (“make America great again”). Quem semeia populismos colhe Trumps, mas na verdade no meio deste turbilhão de medo e de analistas políticos de ocasião temos de pensar e de repensar a democracia. Temos de repensar tanta coisa. As ideias e os valores, mas agora o Natal e o Ano Novo vêm aí… Estava a falar de quê? Bolo Rei?
Ano novo, vida nova, mas, depois de comer as passas, as espectativas voltam ao mesmo, resoluções de Ano Novo besuntadas em camarão e champagne barato. Este ano é que vai ser diferente. Feliz Ano Novo, uma saraivada de foguetes fez-me esquecer as resoluções do Ano Novo.
Odeio chavões e frases feitas. Viva ao consumismo sazonal muito festivo e diferente do consumismo do resto do ano, mas, pronto, é o país que temos, mas isto vai mudar, mas só depois do dérbi e do jantar.
Fazer revoluções com a barriga vazia e sem saber se o meu clube ganhou é chato. Pode ficar para a semana? Ou para o mês que vem? Que se lixe, fica para o ano.
Não deixes para amanha o que podes fazer hoje, se tiveres tempo. Agora, vou cantarolar, porque quem canta os seus males espanta.
Não grites, mas gritar é libertador. Quem grita os seus males vomita. Não chores, mas quem chora seus males evapora. Quem cala não consente, só sente que a sua opinião é indiferente para quem nunca ouve nada e faz monólogos morais
Portanto, não falo mais!